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Não tem como comparar a IndyCar com a Fórmula 1... nem mesmo com a Fórmula 2 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 10 July 2023 18:19

Na minha profissão, de corretor de imóveis nos empreendimentos da grande Belo Horizonte, domingo é dia de trabalho, com os plantões e lançamentos, o que acaba me deixando fora de casa e longe da TV – consequentemente – sem ter como assistir as corridas das principais categorias do automobilismo e do motociclismo.

 

Apesar de termos o recurso da TV ao vivo podendo ser assistida em smartphones e tablets, não seria uma boa prática eu estar de olho no Verstappen e não no cliente que vai me render a comissão de venda do imóvel. Felizmente temos nos últimos anos tivemos algumas mudanças nas emissoras que transmitem as corridas e estes canais tem exibidos VTs das corridas que eu gostaria de assistir e em um horário decente, quando pessoas que trabalham estão acordadas e não na madrugada.

 

Essa possibilidade recente não apenas tem permitido que eu assista a Fórmula 1 e a Fórmula Indy, como as vezes ainda consigo assistir algumas corridas de Fórmula 2, onde piloto brasileiro ainda consegue chegar. Justamente vendo essas corridas que antes não conseguia ver, fui chegando a algumas conclusões que tenho certeza absoluta não são exclusividade minha.

 

 

A existência de “pilotos pagantes” na Fórmula 1 é fato mais antigo que esse colunista. Nos anos 70 havia uma equipe chamada BRM que colocava de 4 a 6 carros no grid, a maioria deles “alugados” a quem tivesse como pagar o valor estipulado (em uma época que não existia superlicença). Outras equipes também faziam uso desse expediente para fechar o caixa e ganhar algum dinheiro numa época que não haviam as dezenas e centenas de milhões de dólares de patrocinadores, direitos de TV e premiações do promotor.

 

 

Nos últimos anos, em particular neste século, os valores para se conseguir um lugar em uma equipe da Fórmula 1 ficou mais difícil (e caro). Primeiro porque o número de equipes diminuiu. Segundo porque limitaram as equipes a ter apenas dois carros (ter mais de dois carros não era exclusividade da BRM. Lotus, McLaren e Ferrari corriam algumas provas com três carros e pilotos novatos ganhavam algumas chances com um terceiro carro da equipe, como foi o caso da estreia de Nelson Piquet na Brabham em 1978. Terceiro, os valores estratosféricos cobrados, somado a isso uma “interessante interferência familiar” (casos de Nikita Mazepin, Nicholas Latifi, Mick Schumacher e o remanescente, Lance Stroll), com filhos bancados por seus pais ou carregando um sobrenome de peso.

 

 

Estes pilotos pagantes, via de regra, não dão o retorno técnico e competitivo às equipes, muitas vezes atrapalhando sua performance no campeonato de construtores, exemplo bem evidente que estamos vendo com a Aston Martin, onde a pontuação de Lance Stroll é muito abaixo da pontuação de Fernando Alonso e perder posições no campeonato de construtores significa deixar de ganhar dinheiro no final da temporada.

 

Com esta barreira genética e financeira, muitos pilotos da Fórmula 2 foram correr na Fórmula Indy, como Marcus Armstrong, Christian Lundgard, Callum Ilott, Felix Rosenqvist além dos pilotos que perderam seus lugares na Fórmula 1 como Romain Grosjean, Marcus Ericsson e mesmo Alexander Rossi, pilotos que tem mostrado bons resultados, conseguido vitórias e mesmo em equipes com menor “poder de fogo”, andam entre os primeiros colocados. Isso levanta uma outra questão: qual o verdadeiro nível técnico da Fórmula Indy?

 

 

Já há algum tempo em que foi criada uma tabela de pontuação para um piloto conseguir a “superlicença” e com isso poder ser piloto da Fórmula 1. São 40 pontos em 3 anos. A Fórmula 2 dá 40 pontos aos 3 primeiros colocados do seu campeonato, mas pra Fórmula Indy, 40 pontos em uma só temporada é pontuação apenas do campeão. Colton Herta e Pato O’Ward, que já andaram testando carros da categoria em Abu Dhabi não tem esses pontos. Alex Palou, Josef Newgarden, Will Power e Scott Dixon são pilotos da categoria que também possuem pontuação, mas destes, apenas Alex Palou andou treinando na Fórmula 1.

 

 

Vendo as corridas da categoria norte americana e as coisas que acontecem por lá, com acidentes muitas vezes ridículos, como torcedor, me pergunto: os pilotos que estão lá na Fórmula Indy tem nível técnico para andar na frente e fazer valer a ida? Lembram do Alessandro Zanardi? Italiano, não conseguiu se estabelecer na Fórmula 1 e virou mito na Fórmula Indy. Voltou para a Europa e foi correr na Williams. Tomou uma surra sem tamanho do Ralf Schumacher e voltou pra Fórmula Indy (onde depois sofreu o acidente que arrancou suas pernas.). Talvez a pontuação da “superlicença” pra Fórmula Indy esteja baixa demais, mas pelo que vejo nas corridas, encontro mais pilotos com potencial no grid da Fórmula 2 do que nos Estados Unidos.

 

 

Serei linchado nas redes sociais pela coluna deste mês, mas atire a primeira porca de roda quem disser que não falei verdades.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.