Olá amigos leitores,

A Andretti Global tem apresentado planos cada vez mais ambiciosos. Há algumas semanas fo amplamente divulgado na mídia esportiva norte americana a intenção dos Andretti em ter uma equipe na NASCAR (isso incluindo as três categorias de competições nacionais.

Atualmente a equipe de Michael Andretti atua, além da NTT IndyCar Series e IndyCar NXT (antiga Indy Lights), na Fórmula E e tem seu planejamento para entrar na Fórmula 1 há alguns anos. Em tudo se tornando realidade, a Andretti Global pode se tornar a maior empresa de competição automobilística do mundo. Ok, mas ser a maior (ou o maior) faz de alguma empresa ou pessoa a melhor?

Na sua “célula-mãe” a NTT IndyCar Series, a Andretti Autosport não ganha uma campeonato desde 2012, com Ryan Hunter-Reay. A Chip Ganassi e a Penske dividiram as conquistas, com 5 títulos para cada uma delas, e este ano vemos o campeonato se encaminhando para as rivais, com 5 vitórias da Chip Ganassi (4 delas por Alex Palou) e 3 da Penske. Apesar de ser uma das maiores e mais tradicionais equipes, há anos a Andretti Autosport patina seus pneus.

Nove corridas. Cinco poles. Uma vitória. Os números nos dizem tudo o que precisamos saber sobre a temporada de quase e se de Andretti. Em um universo alternativo (no metaverso da Andretti), chegamos ao meio da temporada e Andretti é o time dominante com cinco vitórias, graças a Romain Grosjean com duas vitórias em St. Petersburg e Barber, Kyle Kirkwood reivindicando Long Beach e Colton Herta segurando os grandes troféus em Road America e Mid-Ohio. No mundo real, Andretti encontrou a velocidade que faltava na qualificação do ano passado, mas quando se trata de transformar seu ritmo aos sábados em vitórias aos domingos, 2023 está sendo um exercício prolongado de dar vitórias por erros ou azares.

Infelizmente, a mesma bigorna de desenho animado que caiu sobre Ryan Hunter-Reay e depois sobre Alexander Rossi sem piedade durante seus últimos anos com Andretti se recusa a deixar o time em paz e mirou em Grosjean, e especificamente em Herta, que está vivendo o velho ditado de, “Se eu não tivesse azar, não teria sorte nenhuma.” O fato de Colton Herta – o principal candidato ao título de Andretti – estar 173 pontos atrás de Alex Palou em nono após nove corridas conta a história maior de como as oportunidades perdidas arruinaram as chances da equipe de garantir seu primeiro campeonato desde 2012.

A qualificação tem sido uma área interessante de desenvolvimento para a equipe cujos três melhores pilotos tiveram igual sucesso; Herta, Kirkwood e Grosjean foram os melhores titulares de Andretti três vezes cada. E com essas cinco poles, a equipe claramente deu um grande salto em relação a 2022, onde produziu apenas três durante todo o ano. Certo? Na verdade, essa é outra parte reveladora de seus resultados. Kyle Kirkwood costuma ser o mais rápido, seguido de Romain Grosjean Colton Herta é quem tem gerado maiores frustrações apesar de ser Delvin DeFrancesco está se saindo pior no somatório das classificações.

A queda de desempenho (ao menos em resultados) de Romain Grosjean após seu segundo lugar em Long Beach em abril levantou questões sobre seu futuro com a equipe. A fila de candidatos para assumir seu lugar na equipe continua a crescer e, em comparação com os outros 26 em tempo integral, ele é o piloto que precisa voltar ao pódio mais do que qualquer outro, e com pressa. Delvin DeFrancesco está em busca de sua próxima oportunidade na categoria assim que a temporada terminar, então sua missão é continuar progredindo e atrair mais interesse do resto do paddock.

O principal argumento para Andretti é o quão rápidos seus carros se tornaram na qualificação e como ele teve cinco chances sérias de vencer em nove oportunidades e segurou apenas uma. Se Herta, Kirkwood e Grosjean podem ultrapassar as bigornas dos desenhos animados, não há razão para que a equipe não possa capitalizar sua velocidade e gerar três ou quatro vitórias nas oito rodadas para a conquista. Embora seus pilotos não sejam uma ameaça ao título, podem tirar muitos pontos de quem está na briga pelo campeonato. Nenhuma equipe na IndyCar tem a capacidade de atrapalhar os que estão na frente no restante da temporada como a Andretti Autosport.

Como parte de um plano estabelecido pelo proprietário da equipe e seus novos parceiros na equipe, a Andretti Autosport mudará sua abordagem de como sua equipe NTT IndyCar Series vai ser construída. A principal mudança, que estreará em 2024, envolve sua quarta entrada, a Honda nº 29, atualmente pilotada por Devlin DeFrancesco. A operação de quatro carros tem como prática disponibilizar pelo menos um deles para pilotos pagantes, usando o financiamento de pilotos e seus patrocinadores para cobrir o budget anual.

À medida que o jovem e em desenvolvimento DeFrancesco se aproxima do fim de seu contrato de dois anos com Andretti, a equipe tem buscado ativamente suas opções para colocar estrelas comprovadas em todas as quatro inscrições. O carro nº 29, especificamente, terá um novo piloto na próxima temporada, que é contratado e pago pela equipe, enquanto conta com o financiamento do quadro de patrocinadores da equipe para financiar a iniciativa.

Com seus imensos recursos e a combinação jovem e vencedora de corridas de Colton Herta e Kyle Kirkwood assinando contratos de vários anos, a Andretti continua a atrair pilotos de alto calibre que desejam fazer parte de seu programa. Entre as possíveis soluções no campo da IndyCar, o vencedor das 500 Milhas de Indianápolis da Chip Ganassi, Marcus Ericsson, tem sido rotineiramente mencionado como o principal alvo de Andretti para ocupar um dos carros da equipe e um outro talento com nível de Fórmula 1, Fórmula 2 e Fórmula E para ser opção a Romain Grosjean, que está no último ano de seu contrato atual, embora a equipe esteja adotando uma abordagem de esperar para ver se o franco-suiço vai dar uma guinada no que vem acontecendo até o momento.

Mais de uma década depois de sua última vitória no campeonato da IndyCar, o novo empreendimento ressalta a dedicação de Andretti em resolver o problema, destacando quatro pilotos líderes em um esforço para devolver a equipe à disputa pelo título.

Vamos acelerar!

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media