Olá leitores!

Como estão? Espero que bem, saudáveis, e aproveitando o melhor possível o mês de julho aqueles que têm a oportunidade de férias essa época do ano. Nós, fãs do esporte a motor, não tivemos muito do que reclamar esse final de semana que passou, diversas competições aconteceram e com alguns resultados surpreendentes. Já de princípio louvo o talento de Valentino Rossi, que ontem venceu a etapa do GT Challenge Europe em Misano com um BMW M4 GT3, e claro que comemorou muito efusivamente, nos moldes dos bons tempos do Mundial de Motovelocidade. Il Dottore passou mais uma receita na pista que tantas alegrias lhe deu sobre duas rodas, dessa vez sobre 4 rodas. Atleta diferenciado é outra coisa...

E por falar em 2 rodas, o Mundial de Superbike foi até Imola para uma corrida muito quente. E quente literalmente, a sensação térmica no autódromo, em um dos verões mais quentes registrados na Itália, estava por volta de 40 graus. Sofrimento para o público nas arquibancadas, sofrimento para os pilotos dentro de suas roupas de proteção, sofrimento para o equipamento, afinal motores e principalmente pneus “apanharam” bastante da temperatura. No sábado, apesar do vencedor ser o “já te conheço”, a corrida foi muito boa e Bautista pode ter vencido como de costume (aliás, igualando o recorde de vitórias em uma única temporada), mas teve que lutar bastante pela vitória. Toprak não deu moleza, e talvez com um pouquinho a mais de cavalaria no motor... quem sabe. Mesmo assim, Toprak terminou em 2º, marcando seu 100º pódio na categoria. Foram acompanhados no pódio por Rea e sua Kawasaki em franco declínio em 3º. Já no domingo, por causa do enorme calor, a corrida foi encurtada para diminuir o desgaste dos pilotos e o Bautista venceu... não, pera aí. Ele venceu a competição do tombo mais rápido entre os pilotos de ponta da categoria. Ficou na terceira curva logo na primeira volta. Sem Bautista, a corrida teve um colorido todo especial, e uma competitividade não vista a um bom tempo. Bassani tentou substituir Bautista com sua Ducati privada, mas Toprak estava determinado a não deixar escapar a chance de vitória e a 3 voltas do final deu o golpe certeiro para alcançar a liderança, abrindo vantagem após isso. Com Toprak em 1º e Bassani em 2º, coube a Rea ocupar novamente a 3ª posição no pódio, com sua moto rendendo um pouco melhor no calor extremo.

Ainda na Itália, tivemos rodada dupla dos elétricos lá em Roma, e... sempre achei aquele traçado de Roma um dos mais inseguros da categoria, e dessa vez aconteceu. Ainda bem que os carros são seguros e, no fundo, as velocidades alcançadas pela categoria não são das maiores em uma pista tão travada. Isso permitiu aos pilotos envolvidos, principalmente Sam Bird, saírem sem maiores problemas após a verdadeira carambola ocorrida no sábado. Por falar nisso, após a relargada com os carros sobreviventes ao mega enrosco, a vitória ficou com Mitch Evans, que foi acompanhado no ótimo pódio da categoria (acho que a coisa mais legal da categoria é o pódio, principalmente pela interação com o público que proporciona) por Nick Cassidy em 2º e Max Günther em 3º. Di Grassi se envolveu no enrosco, e Sergio Sette Câmara se aproveitou para conseguir 3 pontinhos, terminando em 8º lugar. No domingo também aconteceram acidentes, felizmente com menor gravidade que no sábado, mas ainda assim a pista mostrou que merece uma revisão do trajeto. A vitória domingueira ficou com Jake Dennis, acompanhado de Norman Nato em 2º e Sam Bird em 3º. Novamente Di Grassi não terminou a corrida, envolvido em um leve acidente. Talvez ele precise estudar a pista enquanto os outros dormem. Sérgio teve um mau domingo e terminou apenas na 15ª posição.

A Indycar foi até Toronto para uma de suas mais tradicionais corridas, dessa vez marcada por uma ondulação unexplicável e irresponsável na penúltima curva do traçado, fazendo os carros terem dificuldade em contornar a curva sem seguir reto em direção à mureta dos boxes. É aquela coisa, se você SABE que sua cidade vai hospedar uma corrida, e na trajetória ideal da curva você tem uma ondulação que pode oferecer perigo, não é pedir demais fazer um reparo nesse lugar, mas enfim... aparentemente Toronto anda com problemas de zeladoria da cidade quase padrão terceiro mundo. Espero que o prefeito atual não se reeleja. Enfim, após uma carambola na primeira volta que deu vários motivos aos defensores da pontuação de superlicença para os pilotos da Indy, tivemos uma corrida bem interessante, onde vimos a equipe da velha raposa Bobby Rahal mostrar uma habilidade que o Bobby tinha quando corria, uma estratégia ousada conduzida à perfeição, que culminou com a primeira vitória de Christian Lundgaard na categoria. O jovem (21 anos) dinamarquês foi rápido e preciso nas curvas e ondulações canadenses, e alcançou a liderança com uma freada pra lá de Deus-me-livre no ponto mais veloz da pista, seguido de uma curva de pouco mais de 90 graus feita por fora de Palou, para ter a preferência da curva seguinte e concretizar a ultrapassagem que rendeu o 2] lugar (o 1º colocado naquele momento estava em outra estratégia de corrida). Manobra linda, que eu não consegui descrever à altura. Vejam o VT da corrida, quem não viu. Lundgaard cruzou a bandeira quadriculada mais de 10 segundos adiante do líder do campeonato e segundo colocado Alex Palou, acompanhados no pódio por Colton Herta na 3ª posição.

Gostaria muito de comentar a corrida da NASCAR em Loudon, New Hampshire, uma das minhas pistas favoritas da categoria, mas... as inclementes condições climáticas fizeram a categoria anunciar horas antes da largada que a prova seria adiada para essa segunda-feira. Não deu pra saber quem ficou com o troféu lagosta.

Até a próxima!

Alexandre Bianchini