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Um piloto brasileiro titular na Fórmula 1: sonho ou possibilidade? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 04 August 2023 21:40

Desde a despedida do Macarroni em Yas Marina no final da temporada de 2017, fãs brasileiros, entusiastas da Fórmula 1, que lotam o Autódromo Internacional de Interlagos ano após ano, que esgotam os ingressos para as corridas meses antes do chamado “circo” chegar ao Brasil.

 

Desde então temos vivido de esperanças. Esperança de que um brasileiro conseguisse se tornar titular de uma equipe de Fórmula 1. Passamos por Sérgio Sette Câmara, que depois de duas temporadas entre a GP2 e a Fórmula 2 (com a mudança do nome) conquistou a 6ª e a 4ª posição nos campeonatos de 2018 e 2019, conseguindo somar os pontos necessários para a Superlicença, foi por dois anos piloto reserva da equipe McLaren antes de direcionar a carreira para a Fórmula E. Em seguida foi Pietro Fittipaldi, que depois de vencer a Fórmula Renault 3.5 tornou-se piloto reserva da Equipe Haas, onde disputou um GP na época da pandemia e Felipe Drugovich, após conquistar o campeonato da Fórmula 2 no ano passado, tornou-se piloto reserva da Aston Martin e depois de excelentes testes na Fórmula E, parece ter o destino da categoria dos monopostos elétricos para 2024. Nesta temporada, com Enzo Fittipaldi se destacando na Fórmula 2, teríamos o quarto brasileiro “batendo na trave” pra entrar na Fórmula 1. E porque não entram?

 

 

Fazendo aquela pergunta óbvia e que todos sabem a resposta: o que está faltando para voltarmos a ter um brasileiro na Fórmula 1 como piloto titular? A primeira e maior parte da resposta é algo sabido por todos: dinheiro! Uma vaga de titular na Fórmula 1 nos últimos anos – caso o piloto não seja um “fenômeno Verstappiano” – não sai por menos de 30 milhões de dólares... e isso para sentar numa Haas, Alfa Romeo ou na Williams. Como bem sabemos, nossos pilotos não tem esse trem de dinheiro. Tem solução? Essa pergunta pode ter mais de uma resposta.

 

No final de semana do GP da Bélgica de Fórmula 1, que teve também etapas da Fórmula 2 e Fórmula 3, Reginaldo Leme, durante a transmissão dos treinos para as corridas da Fórmula 1 divulgou que o Banco Regional de Brasília – patrocinador da Stock Car e que está investindo na reforma de recuperação do autódromo de Brasília – assinou um contrato de parceria com a francesa Alpine para criar um programa de jovens pilotos no Brasil, abraçando a Fórmula 4 brasileira e irá custear a ida do campeão brasileiro de 2023 para disputar a Fórmula Regional Europeia, que tem o suporte técnico da própria Alpine.

 

A instituição financeira também irá montar em Brasília uma Academia com suporte da Alpine, que terá o Autódromo Internacional recuperado depois da sua quase destruição e do ataque do mercado imobiliário, visando a formação de pilotos para competir em categorias no exterior, mesmo que não cheguem à Fórmula 1, ainda poderão pensar no Campeonato Mundial de Endurance ou na Fórmula 1.

 

 

Também foi definido que a Alpine dará suporte para Gabriel Bortoleto, virtual campeão da Fórmula 3 (com 38 pontos de vantagem e 39 pontos em jogo para a etapa final em Monza) chegar à Formula 1, mas é importante lembrar que a Alpine tem como pilotos de sua academia que já estão na Fórmula 2 o francês Victor Martins e o australiano Jack Doohan. Dois que “estariam na frente” em uma “fila” para chegar na Fórmula 1.

 

O final de semana em Spa Francorchamps foi muito positivo para os brasileiros. Na Fórmula 3, mesmo não marcando pontos na etapa, Gabriel Bortoleto contou com a “sorte de campeão” para não ter a diferença reduzida por seus perseguidores e Caio Collet mostrou que se tiver um carro competitivo, ele faz a diferença no braço. Na Fórmula 2, Enzo Fittipaldi fez o primeiro final de semana para encher os olhos (no caso, o olho) de Helmut Marko, com duas grandes corridas e com sua primeira vitória como piloto Red Bull. Mas nesse caso, a “fila” também é grande e ainda teve o surpreendente retorno de Daniel Ricciardo.

 

É evidente que o Brasil é um mercado interessante. Se não fosse, a Alpine não teria feito o acordo com o BRB e em paralelo a isso, a FIA está abrindo um escritório – o primeiro fora da Europa – no Brasil. A primeira sede fora da Europa será no Rio de Janeiro, no mesmo local onde fica a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e funcionará como escritório será o contato regional da FIA para todos os países do continente americano. Esse escritório não foi aberto nos EUA, no México ou na Argentina, mas no Brasil. Será que teremos ganhos reais com isso? Essa é mais uma resposta que levaremos algum tempo para saber a resposta.

 

 

No mesmo Congresso da FIA onde foi anunciada a abertura do primeiro escritório do órgão maior do automobilismo mundial, também foi anunciada a intenção de criar um “Hall da Fama” para os Campeões Mundiais da Fórmula 1 (vão chamar o Piquet pra festa?), inicualmente, na sede do Automóvel Clube da França, mas haveria um plano de fazer um “Hall da Fama” na sede da FIA em Genebra, homenageando os campeões mundiais também em outras categorias.

 

Abraços,  

          

Mauricio Paiva

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.