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Mundo de pé e mão no fundo com a MotoGP, WRC, DTM, Indy e NASCAR. No Brasil, Stock Car... e críticas PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 07 August 2023 10:27

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que todos bem. Ainda bem que no resto do mundo o esporte a motor continua de vento em popa, pois aqui em terra brasilis só o Criador na causa... já devo ter comentado aqui nesse espaço que o povo paulista não merece o autódromo que tem. Interlagos é o fruto de um visionário que vislumbrou um futuro com menos barbárie nesse território aqui. Atualmente o Autódromo de Interlagos perdeu sua função de ser um espaço para o esporte a motor, graças à “brilhante” administração lá colocada pelo prefeito eleito pelo habitante mediano da capital, que se orgulha de seus diplomas, mas não passa de um amontoado de néscios cheios de boas referências bibliográficas. Segundo o habitante padrão da capital, todos os espaços públicos “devem dar lucro”, assim ele “vê a correta aplicação dos impostos”. Eu poderia adjetivar mais o habitante da capital, mas pararei por aqui. O resultado, já que as tentativas de privatizar o autódromo ou o transformar em condomínio de luxo foram mal sucedidas, é que Interlagos serve para qualquer coisa, principalmente eventos “musicais” (chamar a produção de 95% dos grupos que se apresentam nesses festivais com música é uma bondade incomensurável), pelo que cada vez menos datas ficam reservadas ao esporte motorizado. O cidadão da capital atingirá o clímax quando a única atividade de esporte a motor em Interlagos for a Fórmula Um, e o resto do tempo o autódromo for ocupado por shows, comícios, feiras, eventos quaisquer que sejam, menos envolvendo esporte a motor. As categorias que acreditaram na lenda urbana da reforma do autódromo de Brasília podem dar um jeito de programar a etapa originalmente prevista para a capital do país em outro lugar... existe um mega evento musical programado para Interlagos comecinho de dezembro, para júbilo do elemento pernicioso que tem título de eleitor na capital. Então já viu, se a reforma de Brasília não terminar...

 

Então já que o momento é de cornetas, já coloco minhas reservas a respeito do novo carro que será adotado na Stock Car brasileira. O projeto do chassis pareceu bem interessante, suspensão idem, mas o motor 4 cilindros turbo em substituição ao V-8 causa-me uma certa preocupação em relação ao som do motor. Um dos maiores atrativos do carro atual é justamente o encorpado ronco do motor. Com o 4 cilindros turbo pode-se fazer algumas previsões: a) aquele barulho de caixa de abelhas furiosas dos antigos carros do Brasileiro de Turismo, com a infame ideia do escape saindo atrás da caixa de rodas dianteira que servia apenas para fazer um barulho muito alto; b) aquele som estridente como os antigos Mondeo do Superturismo, também desagradável; c) por ser turbo, a probabilidade daquele som dos Audi, Honda e até uP! Turbo com preparação “Stage 385” que lembra flatos animados a muito repolho, ervilha e whey protein. Espero estar completamente errado e que o som do carro seja muito agradável, mas por enquanto estou com pé atrás.

 

Isto posto, vamos à etapa no templo de track day, Velocittà, deste domingo. A primeira corrida do dia foi bastante interessante, talvez exceto para Zonta, que largou na pole, acelerou tudo que podia e apenas no final teve que se defender para ficar na liderança. O acompanhando no pódio apareceram Gianluca Petecof na 2ª posição e Sérgio Jimenez na 3ª, pódio completamente Toyota. Como o traçado da pista é do jeito que o brasileiro gosta, “técnico” (termo chique para pistas travadas), largar na pole é meio caminho andado para a vitória. E a escrita se repetiu na segunda corrida: com a inversão do grid, Matías Rossi (Toyota) largou na pole e lá na frente e conseguiu escapar do caos que se instalou atrás dele, que vitimou 2 dos 3 primeiros colocados na primeira corrida além de outras estrelas da categoria. Isso levou a uma longa intervenção do safety car, o que numa categoria cuja corrida leva apenas meia hora é meio complicado. Depois do recomeço, o argentino se manteve na frente e conseguiu alcançar a vitória, seguido por Gabriel Casagrande (Cruze) em 2º e Daniel Casagrande em 3º.

 

O DTM foi até Nürburgring, que se fosse em São Paulo teria virado uma arena multiuso, para uma rodada tipicamente Nürburgring, com condições climáticas absolutamente imprevisíveis. No sábado apareceu apenas uma chuva muito leve, quase uma garoa forte, que nem requereu a utilização de pneus de chuva, e a vitória acabou ficando com Mirko Bortolotti, seguido por Lucas Auer em 2º e Thomas Preining em 3º. No domingo a coisa ficou mais complicada: pista estava molhada, mas não chovia, então teve uns poucos corajosos que tentaram partir para os slicks. Porém no meio da prova a chuva veio com força, e a prova acabou com o piso bem molhado e os pilotos lutando com a falta de aderência. Nessa condição, a vitória ficou com Maximilian Paul, seguido por Laurin Heinrich em 2º e Lucas Auer em 3º. Ainda tem um povo reclamando que o DTM largou seus carros próprios e adotou o regulamento GT3, mas a fórmula está funcionando 100%. 8 corridas, 8 vencedores diferentes. Se isso não for um sinal de categoria bem sucedida, não sei o que é.

 

O Mundial de Motovelocidade voltou de suas férias de verão na tradicional pista de Silverstone, para uma etapa das mais interessantes. Na Moto3 tivemos a oportunidade de ouvir o hino colombiano, fruto da primeira vitória de David Alonso na categoria – que por sinal também foi a primeira de um colombiano no Mundial, de acordo com as pesquisas no site da categoria. Foi mais impressionante ainda por causa dele ter largado lá atrás e vir escalando o pelotão em uma pista que ele passou a conhecer nos treinos livres. Como de costume, a troca de posições durante toda a corrida foi intensa e todo mundo andou junto. Para terem uma ideia: do 1º ao 10º colocado o intervalo foi de 97 centésimos de segundo. Sim, um pouco menos de um segundo. É fato que a categoria que proporciona atrativos ao público é a Moto3. Os pilotos se enfrentam de maneira aguerrida e não ficam pensando em pontuação de campeonato, é aquela corrida e só, a corrida seguinte a gente pensa lá na frente. Isso gera uma corrida simplesmente deliciosa de acompanhar. Atrás do vencedor David Alonso chegaram Ayumu Sasaki em 2º, 15 centésimos atrás de Alonso, e Daniel Holgado em 3º, 2 décimos atrás. Pela ordem de hierarquia vamos para a última corrida do dia, a Moto2, que também teve um estreante no topo do pódio, no caso Fermin Aldeguer, que corre com um patrocínio que trás lembranças nostálgicas aos mais experientes que acompanhavam a Fórmula Um: as ferramentas Beta, que patrocinou a equipe Arrows de F-1 no princípio dos anos 80. Pessoal estava empolgado na corrida, inclusive teve piloto chegando pisando duro nos boxes após cair de maneira bizarra, achando que o piloto que estava do lado de dentro da curva deveria ter dado espaço para ele. Como isso não aconteceu, se chocou contra a carenagem dele e foi para o chão. Aldeguer foi acompanhado no pódio por Aron Canet em 2º e Pedro Acosta em 3º. A categoria rainha foi para a pista entre a Moto3 e a Moto2, e o clima estava do jeito que inglês está acostumado, imprevisível. Quem se entendeu melhor com as condições foi Aleix Espargaró, que na última volta deu o bote pra cima do Francesco Bagnaia, que liderou boa parte da corrida mas não conseguiu segurar o espanhol. Menos mal para ele que seu principal adversário na pontuação, Bezzecchi, caiu e não pontuou. Além de Aleix e Bagnaia o pódio teve a presença de Brad Binder, que correu muito bem em Silverstone e conseguiu mais um ótimo resultado pra KTM.

 

A Indycar foi até Nashville para a última etapa na pista atual. Motivo: a categoria utiliza o estacionamento do estádio do Tennessee Titans como área de boxes e garagens, e nesse espaço será construído o novo estádio do time. Vamos ver como será o traçado, pessoalmente gosto do atual. A vitória (para alegria da minha filha, que achou muito legal o carro pink) ficou com Kyle Kirkwood, levando mais uma vitória para a equipe Andretti com uma estratégia muito bem acertada. Em 2º chegou Scott McLaughlin, que trabalhou bastante para alcançar a vitória mas a Penske dessa vez não teve a estratégia melhor para as condições da corrida. Na 3ª posição veio Alex Palou, que era a grande aposta da narração brasileira para a vitória mas não conseguiu por pouco atender às expectativas da TV. Helinho tentou uma estratégia ousada, quase deu certo, mas ainda assim conseguiu um resultado interessante, 11º lugar.

 

O WRC foi até a Finlândia para a etapa que um dia já foi dos 1000 Lagos, mas hoje é mais curta. Ainda é a etapa com as especiais mais velozes, e nessas situações quem se deu melhor foi o inglês Elfyn Evans (Toyota), que enfiou quase 40 segundos sobre Thierry Neuville (Hyundai), 2º colocado, e pouco mais de um minuto e meio sobre Takamoto Katsuta (Toyota), 3º colocado. A grande esperança local, Kalle Rovanperä, destruiu seu Toyota já na sexta-feira, sem condições de relargar no sábado. Esapekka Lappi (Hyundai), outra esperança, achou uma árvore e teve de abandonar, enquanto o motor de Ott Tänak (Ford) não aguentou as agruras da etapa.

 

Era para aparecer aqui também o resultado da corrida da NASCAR em Michigan, mas a chuva chegou e a corrida teve que ser interrompida com 74 das 200 voltas. Assim sendo, a prova continuará na segunda feira, em as condições climáticas permitindo.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.