Olá leitores!

Como estão? Espero que todos bem e saudáveis. Este domingo aqui no Brasil foi comemorado o Dia dos Pais e confesso que fiquei satisfeito em ter pouca atividade nas pistas esse final de semana, pude dedicar mais tempo para ficar com minha filha, e o tempo passado em família sempre é importante. No mínimo porquê no futuro suas crianças não recordarão com saudade dos presentes que você lhes deu, mas do tempo agradável que passaram juntos. Não, não estou fazendo “discurso Dominic Toretto”, apenas lembrando que algumas das pessoas mais amarguradas que conheci tiveram pais ausentes ou outros problemas com os relacionamentos familiares. E não é isso que queremos para nossos filhos, creio eu. Enfim, muitas felicidades a todos meus leitores que passaram por essa montanha russa que é a experiência de ser pai.

No sábado tivemos a etapa da Indycar no circuito misto de Indianapolis e tivemos mais uma chance de vera a história sendo escrita. A corrida em si não foi das mais empolgantes que já vi, mas nos propiciou uma clara demonstração da grandeza de piloto que é o Scott Dixon. O cidadão foi parar na grama  na primeira volta ao ser envolvido num acidente, e de lá de trás foi escalando o pelotão com uma estratégia perfeita da equipe Chip Ganassi, e cruzou a bandeira quadriculada na primeira posição... o que fez dele o único piloto da história a ter pelo menos uma vitória por 19 (sim, vocês não leram errado, DEZENOVE) temporadas consecutivas. Um gigante da categoria, sem dúvida. Foi acompanhado na comemoração pós corrida por Graham Rahal, que terminou em 2º lugar a pouco menos de meio segundo de Dixon, uma diferença pouco usual na história das corridas no misto de Indianapolis, que geralmente têm o vencedor cruzando a bandeirada com mais folga, e também por Pato O’Ward, que terminou a prova na 3ª posição com seu carro da McLaren. Por falar nisso, algum burburinho fora da pista: Alex Palou (atual líder do campeonato e que terminou a corrida em 7º lugar), aquele mesmo que já tinha levantado um bocado de poeira com a profusão de assinaturas de contratos gerando uma certa dúvida sobre onde pilotaria em 2023, e que tinha um acordo para ir para a McLaren em 2024... achou por bem romper esse acordo e – provavelmente – renovará com a equipe Ganassi para 2024. Também rompeu com a empresa que gerenciava a carreira dele. Rapaz é um excelente piloto, mas tem que parar de arrumar essas confusões... daqui a pouco o alcunharei de Leônidas. Helinho largou em 18º e cruzou a bandeirada em 15º, resultado positivo portanto.

No domingo foi a vez do misto de Indianapolis receber a NASCAR, e mais um piloto assegurou sua vaga nos playoffs da categoria: desta vez foi Michael McDowell, que fez uma excelente corrida, vencendo o primeiro segmento e terminando em 2º no segundo segmento (vencido por Denny Hamlin), liderando 54 das 82 voltas da corrida e saindo da “bolha” para os playoffs. McDowell foi um gigante na pista e mereceu amplamente a vitória. Chase Elliott, que também necessita de uma vitória para passar para os playoffs, fez tudo o que estava ao alcance dele para encostar em McDowell e o ultrapassar; não foi dessa vez, e o talentoso piloto da Hendrick Motorsports teve de se contentar com a segunda posição. Em 3º chegou Daniel Suárez, que largou na pole e se manteve na liderança até a sexta volta, quando a perdeu para McDowell e não mais a recuperou. A 4ª posição ficou com Tyler Reddick, melhor Toyota na pista, e coube a Alex Bowman encerrar o Top-5. O vencedor da prova de Chicago, o neozelandês competidor da V-8 Supercar australiana Shane van Gisbergen, dessa vez cruzou a bandeirada apenas na 10ª posição. “Apenas” é modo de dizer, muita gente com muito mais experiência que ele nesse carro ficou para trás, gente como Blaney, Byron, Chastain, Hamlin, dentre outros figurões da categoria. Também como convidados tivemos Mike Rockenfeller (DTM, 24ª posição no final), Jenson Button (ex F-1, 28º) e ele, Kamui Kobayashi, “Koba Mito”, logicamente correndo com Toyota, que terminou em 33º à frente do Joey Logano, 34º, e de Kyle Busch, 36º...

Aproveitando que tivemos pouca atividade nas pistas mundo afora, dá para comentar mais dois assuntos. Um: os atentos leitores do Nobres do Grid já ficaram sabendo na coluna do próprio envolvido, ou seja, Hélio Castroneves entrando como sócio na Meyer Shank. Considerei uma escolha mais do que acertada, uma forma de continuar envolvido com o esporte que tanto gosta e que tantas alegrias lhe proporcionou sem necessariamente estar atrás do volante. Que seja extremamente bem sucedido nessa sua nova empreitada. O outro: é que, após um intervalo razoável, voltaremos a ter em 2024 um piloto que tentará cumprir as 1100 milhas no domingo, ou seja, as 500 milhas de Indianapolis, pegar o avião privado e seguir para Charlotte para disputar a prova de 600 milhas da NASCAR. E quem fará isso será Kyle Larson, talvez dentre os pilotos da atualidade o mais “old school” da categoria, não no sentido de sair arrumando encrenca com outros pilotos como Logano, Keselowski, Reddick e Chastain fazem (esses acreditam que o sucesso de Dale Sr. foi por causa de ele ter se tornado “the Intimidator”, quando isso foi apenas uma consequência e não a causa), mas no sentido de não se ater apenas às pistas de asfalto e também pelo comportamento extra pista. Um dos que considero mais talentosos na atualidade, e que disputará a Indy 500 num carro da equipe McLaren com seus patrocinadores da Hendrick, e após a corrida seguirá para Charlotte para o percurso final do dia. Tarefa que requer boas condições física e mental. A primeira praticamente todos os pilotos atuais possuem, a segunda... não necessariamente. Acredito que dos pilotos que competem na categoria nos dias de hoje ele é justamente o mais preparado nesse segundo quesito para essa tarefa. A conferir ano que vem.

Até a próxima!

Alexandre Bianchini