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Verstappen no seco ou no molhado, A indy é da Ganassi, a NASCAR decide o Chase e teve TCR e Stock Car PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 28 August 2023 07:14

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que bem. Final de semana com muitas opções no mundo do esporte a motor. Infelizmente também foi um final de semana “pesado”, no pior sentido possível da expressão. As duas mortes de Cascavel não deveriam ter acontecido, simples assim. Não vou dizer que o automobilismo brasileiro seja um exemplo de profissionalismo, mas o motociclismo no Brasil não tem nem mesmo pistas adequadas para corridas de moto, com a louvável exceção de Goiânia, uma ilha de excelência num mar de mediocridades. Ao menos André Veríssimo e Érico Veríssimo (apesar dos sobrenomes, sem parentesco entre eles) faleceram praticando o esporte que tanto amavam. Resquiescant in pace.

 

Mas enfim, vamos adiante. Começando com o TCR South America, que teve mais uma rodada esse final de semana recepcionando os pilotos do TCR World Tour, dessa vez na pista do Parque La Pedrera, em San Luis. Eu apostaria que se trata da pista mais larga da América do Sul, possui 30 metros de largura na reta de largada/chegada, gradualmente se reduzindo até a largura mínima de 20 metros. Perfeita para aqueles comentaristas que entram na “pilha” de pilotos chiliquentos que reclama de que “a pista é muito estreita”, nessa aí esses pilotos teriam que encontrar outra desculpa para sua mediocridade e covardia. Pista muito bem feita, claramente algumas inspirações foram tomadas no seu desenho: o trecho após a última chicane parece uma versão plana daquele trecho de subida de Interlagos (que descanse em paz) a partir da Curva do Café até a linha de chegada, só que bem mais largo. A prova de sábado foi marcada pela chuva, mais forte no fim da classificação e leve durante a corrida propriamente dita, com o sol aparecendo em alguns leves momentos para dar nó na cabeça dos pilotos e equipes. Dentre o pessoal do Mundial, Robert Huff terminou a corrida com um gosto amargo na boca: liderou quase a prova toda, mas na saída do safety car provocado pelo abandono de Girolami o espanhol Azcona atacou o inglês, que acabou alargando a trajetória em uma das curvas e acabou sendo ultrapassado não apenas por Azcona mas também por Michelisz, tendo que se contentar com o degrau mais baixo do pódio. No fim o único realmente feliz no pódio era o vencedor Mikel Azcona, já que o 2º colocado conseguiu expressar tanta alegria quanto um alemão abstêmio. Dentre os participantes do certame sulamericano um pódio inteiro Toyota, com vitória de Fabian Yannantuoni (que terminou em 5º na geral, à frente do ótimo Yann Ehrlacher), Juan Angel Rosso em 2º e Bernardo Llaver em 3º. No domingo o sol apareceu, e a corrida foi um prêmio para a torcida argentina que compareceu à pista, que assistiu os pilotos duelando como se não houvesse amanhã. Com 2 voltas, 4 pilotos (incluindo o vencedor do sábado no sulamericano) já tinham abandonado. No Mundial, o argentino Girolami tomou a dianteira na largada e de lá não mais saiu, mesmo com a pressão primeiro de Robert Huff e depois de Ma Qing Hua, terminando a corrida no degrau mais alto do pódio, acompanhado pelo Ma em 2º e pelo Huff em 3º. Dentre os sulamericanos, vitória de Llaver, acompanhado no pódio pelos brasileiros Raphael Reis em 2º e por Galid Osman na 3ª posição.

A NASCAR fez a última etapa da temporada regular na noite de sábado em Daytona, e o superspeedway não deixou por menos: uma corrida das mais interessantes, com aquela tensão nervosa por parte de alguns pilotos que sonhavam ainda com a sua ida aos playoffs. Claro que sendo um superspeedway era quase de lei ter “big one”, e o da volta 95 iniciado por Ty Gibbs acertando Ryan Blaney envolveu 16 carros, alguns dos quais não tiveram condições de retornar à pista. Já nas voltas finais foi a vez de Ryan Preece testar a resistência do carro em uma das capotagens mais feias que vi nos tempos mais recentes da categoria. Apesar de todo o trabalho de engenharia envolvido para que esse tipo de coisa não aconteça, o carro decolou e ao aterrizar capotou (bem) mais de 10 vezes. O trabalho de resgate do piloto e dos restos do carro levou à prorrogação, e na prorrogação um belíssimo trabalho de equipe entre Chris Buescher e Brad Keselowski levou à primeira dobradinha da equipe Roush (atualmente Roush-Fenway-Keselowski) desde 2014. Em 3º chegou mais um Ford, dessa vez o de Aric Almirola, à frente do Chevrolet de Chase Elliott (que precisava da vitória para chegar aos playoffs, e pela primeira vez nos últimos 7 anos não conseguiu) na 4ª posição e com Joey Logano em 5º, totalizando 4 Ford nas 5 primeiras posições. O melhor dos Toyota foi o de Bubba Wallace, 12º colocado, que com essa posição garantiu por pontos sua ida aos playoffs.

A Fórmula Um foi até a Holanda para sua etapa de retorno das férias, e Max Verstappen teve os subsídios para fazer sua torcida comemorar entusiasticamente mesmo com o inclemente tempo do litoral holandês, alternando sol e chuva de maneira absolutamente randômica. Parabéns para a torcida holandesa, que não perdeu o pique nem durante a bandeira vermelha a poucas voltas do final, causada por uma pancada de chuva monumental. Os dois pontos negativos da etapa foram a) o acidente do Daniel Ricciardo na sexta-feira, fraturando um osso da mão e tendo que ser substituído pelo reserva Liam Lawson e, provavelmente, também o retirando do GP da Itália, no próximo final de semana, e b) a interminável sequência de reclamações no sábado a respeito de “pista estreita”. A imprensa deu TANTA repercussão a esse tipo de reclamação (para mim infundada, afinal de contas... as pistas têm que seguir PADRÕES para entrarem no calendário, e ainda que algumas pistas de rua efetivamente tenham trechos estreitos as exigências para circuitos permanentes são mais rígidas. Então fiz o que a grande maioria das pessoas envolvidas em narrações de automobilismo na atualidade não faz, um trabalho de pesquisa. Não precisou muito, em cerca de 5 minutos encontrei no site da FIA um PDF com a relação dos circuitos por graduação, com a distância da volta, o lado em que fica o pole position, a data de vencimento da licença (Interlagos termina em 12/11/2024, após o quê os jênios colocados na administração do até agora autódromo terão a liberdade de o transformar em local para missas a céu aberto, convenções da Jequiti, comícios, o que quer que os “iluminados” colocados na “administração” do local pela prefeitura pensem em fazer com ele) e... a largura de referência da pista. Bom, se Zandvoort (largura de referência 10 metros) “não serve” para a Fórmula Um, então Imola (10m) também não serve, Monza (10m) também não serve, Spa-Francorchamps (10m) também não serve, Suzuka (10m) também não serve e, ora, ora, pasmem, Interlagos (10m) também não serve. Nossos avós já diziam que em boca fechada não entra mosca e não sai bobagem, e que quem fala demais dá bom dia para equinos. Lições desaprendidas por aqueles que torturam os ouvidos de quem tem o quase abandonado hábito de pensar nesse país tropical abandonado por Deus mas bonito por natureza. Voltando ao que interessa, os carros na pista, o melhor dentre o “mundo real” foi Fernando Alonso, que comemorou seu 2º lugar como se fosse uma vitória. Na prática, descontando Verstappen que parece estar em uma categoria à parte, foi mesmo. O pódio ficou completo com Pierre Gasly e seu Alpine no 3º lugar, excelente resultado para a equipe. E os 2 Alpine pontuaram, pois Ocon terminou em 10º. Quem também mostrou resultado positivamente surpreendente foi a Williams, 8º lugar com Alexander Albon. Li um bocado de gente reclamando do mau desempenho da Mercedes, que conseguiu 6º com Hamilton e 17º com Russell, mas ao menos a Mercedes não pagou mico com uma troca de pneus digna do Exército de Brancaleone nem insistiu em deixar o piloto na pista com um carro apresentando problemas no assoalho e já fora da zona de pontuação até que um piloto estreante que não andou na sexta-feira pudesse dar um passão naquele que muitos entendem ser o piloto principal da equipe. Apenas após consagrar a estreia de Liam Lawson os jênios que comandam a outrora gloriosa equipe italiana pediram para ele recolher o carro aos boxes. Lamentável é pouco. Deixarei de acreditar na suposta “pressão” da torcida italiana se os muros de Maranello não aparecerem pichados após os desastres estratégicos cometidos em 2023.

A Stock Car foi até o anel externo da pista de Goiânia para a realização da sua corrida de nº 600. A primeira prova do dia, a corrida 599, foi relativamente tranquila, com a vitória de César Ramos, que largou na pole e teve a capacidade e competência de se manter na liderança mesmo recebendo pressão de outros pilotos, notadamente a de Nelson Ângelo nas voltas finais. Piquet Jr. teve que se contentar com o 2º lugar mesmo, e acompanhando a disputa de lugar privilegiado terminou Lucas Foresti em 3º. A segunda corrida do dia já foi mais animada, e teve de ser interrompida antes do tempo regulamentar pois a pouco mais de 5 minutos do final Piquet Jr. e Gabriel Casagrande estavam disputando posição e o júnior acabou tocando Casagrande de maneira que este rodou e acertou em cheio Cacá Bueno. No enrosco, aquele piloto que quer passar vergonha ao redor do planeta todo também foi atingido e teve de abandonar alguns metros adiante (daqui a alguns anos ele vai entrar na justiça contra o resultado dessa prova, podem anotar). Graças à grande quantidade de detritos na pista e ao pouco tempo disponível, a corrida foi encerrada ali mesmo e teve dobradinha da equipe Pole Motorsport; a vitória ficou com Átila Abreu e o 2º lugar com Rafael Suzuki. A 3ª posição ficou nas mãos de Rubens Barrichello, notório por se aproveitar bem da segunda prova do dia. Maiores detalhes, como de costume, na coluna do Shrek.

E a Indycar foi fazer sua última etapa em circuito oval do ano em Gateway e o que o público viu foi um show de estratégia da equipe Chip Ganassi e um show tão grande quanto de pilotagem por parte de Scott Dixon. A 55ª vitória da carreira do neozelandês veio com uma parada para reabastecimento a menos que os outros competidores e uma habilidade inacreditável de economizar combustível por parte do piloto. Literalmente inacreditável o que o titular do carro #9 fez esse domingo. Do segundo ao 9º colocado, todos fizeram 5 paradas nos boxes; 11º e 12º fizeram 4; o 10º, Marcus Ericsson, fez 6 paradas. Dixon terminou a corrida com 3 paradas apenas. Simplesmente impressionante. Apenas os 3 primeiros colocados terminaram na mesma volta, e foram Dixon em 1º, Pato O’Ward em 2º e David Malukas em 3º. Aliás, Malukas já mostrou gostar muito dessa pista, na corrida passada nela também andou muito bem. Helinho terminou em 23º lugar, com 257 voltas percorridas. Dixon foi tão dominante que liderou 123 das 260 voltas da corrida...

Até a próxima!

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.