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A “Pachecagem” para fazer de Felipe Drugovich titular na F1 em 2024 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 10 October 2023 18:38

O Brasil (do automobilismo) está carente. Desde 2017, quando Macarroni se despediu (desta vez em definitivo) da categoria, ainda tínhamos o consolo de ter Tony Kanaan e Helio Castroneves na Fórmula Indy.

 

Os anos foram passando, Tony Kanaan “aposentou-se” e hoje toma pau de todo mundo na Stock Car. Helio Castroneves ainda teve um momento de glória, ao vencer as 500 Milhas de Indianápolis pela quarta vez em 2021, mas depois disso, nada mais fez (o tempo passa e a gente não é vinho) até anunciar antes mesmo do final da temporada que não fará mais nenhuma temporada completa na Indy. Ficamos órfãos!

 

Desde então, exceção feita às duas participações de Pietro Fittipaldi pela Haas em 2020, nos GPs de Abu Dhabi e Sakhir, substituindo Romain Grosjean depois do acidente que o franco-suiço sofreu na corrida anterior e que todos lembram, não tivemos mais a presença de pilotos brasileiros como titulares em qualquer equipe da Fórmula 1... e – em teoria – não é por falta de talento, mas sim de dinheiro para “comprar um cockpit” por pelo menos uma temporada.

 

 

No início deste ano, devido a um acidente de bicicleta, Felipe Drugovich fez todo o trabalho de pré-temporada a ele designado no Bahrain. Felipe Drugovich fez o que estava programado para ele fazer. Apesar de um pequeno problema eletrônico no carro logo no início dos trabalhos, o brasileiro procurou aproveitar a oportunidade criada pelo piloto titular. Ficou o máximo de tempo possível na pista, não fez “passeios” fora do asfalto e para a imprensa, a equipe disse ter se mostrado muito satisfeita com o retorno dado por ele.

 

É possível que esse retorno tenha sido mesmo positivo. Lance Stroll fez tudo o que era possível para estar de volta no carro a tempo de fazer o treino livre 1 no final de semana da corrida, mesmo com toda a “torcida da imprensa especializada nacional” para que o filho do dono (na verdade acionista, mas muito poderoso) ficasse de fora da corrida, o que não aconteceu. Na verdade, talvez o esforço que Lance Stroll fez para estar presente nas duas primeiras corridas tivesse sido efeito do bom desempenho de Felipe Drugovich nos testes pré-temporada, isso é algo que – oficialmente – dificilmente saberemos.

 

 

Ao longo do ano, o “filho do dono” – raras exceções – teve um desempenho muito aquém do que vinha fazendo Fernando Alonso, o primeiro piloto da equipe que colecionou pódios em sequência enquanto ele colecionou alguns acidentes em treinos e corridas além do desempenho que o coloca com menos de um terço dos pontos de Fernando Alonso, inclusive comprometendo o desempenho da equipe no campeonato de construtores. Mas será que – acidentes à parte – Felipe Drugovich teria resultados melhores e corrida?

 

Aí a “pachecada surta”! De forma conveniente (ou mesmo por desconhecimento) não leva em conta a trajetória vitoriosa de Lance Stroll até a Fórmula 3 europeia, quando ao invés de seguir para a GP3 ou GP2 (categorias da época), com o impulso monetário paterno, ele deu o salto para a Fórmula 1, com Lawrence Stroll chegando ao extremo de ser um dos grandes acionistas da Aston Martin depois de ter comprado o controle acionário da Force Índia, colocado pilotos experientes como Sebastian Vettel e Fernando Alonso para ser uma referência. Mas ele tem a equipe, o pai e o dinheiro enquanto Felipe Drugovich... seria apenas “um brasileirinho”? Não é para tanto.

 

 

Ao longo do ano Felipe Drugovich participou de programas de testes da equipe por dois dias no mês de junho, no Red Bull Ring, fazendo mais de 1200 Km (o equivalente a quase 4 GPs. O brasileiro também participou de testes em Barcelona e Silverstone. Sua última ida para a pista com o carro da Aston Martin foi no TL1 do GP da Itália. O talento de Felipe Drugovich é incontestável. Este ano ele fez diversos testes com carros da Fórmula E ele foi o mais rápido em praticamente todos. Há algumas semanas, foi convidado para testar na Fórmula Indy... agradeceu, mas recusou o convite. Ninguém pode falar de falta de foco!

 

Os “Pachecos da imprensa especializada nacional” também tem foco e o foco é conseguir enfiar Felipe Drugovich em qualquer lugar possível. Até Guanyu Zhou entrou na mira dos intrépidos patriotas locais, como se um piloto de um país com o poder econômico que tem a China fosse ter problemas em manter seu lugar no grid, especialmente com a China voltando ao calendário da Fórmula 1 em 2024. A renovação do contrato do piloto chinês com a Alfa Romeo não demorou e logo colocou um balde de água fria nas especulações.

 

 

A bola da vez então passou a ser Logan Sargeant. O piloto norte americano vem fazendo uma temporada onde além da diferença para o primeiro piloto da equipe, o rápido e combativo Alexander Albon, o piloto colocado na equipe pelo antigo chefe da equipe, Jost Capito informou que o piloto de testes e da academia de pilotos em 2022 seria titular em 2023. Correndo na Fórmula 2, Logan Sargeant ainda não tinha a superlicença e por pouco não ficou sem ela no campeonato dominado por Felipe Drugovich.

 

James Vowles, o atual chefe da equipe Williams, diante de toda a especulação em torno de uma suposta saída de Logan Sargeant da equipe (e não faltam “candidatos” a vaga, como Mick Schumacher, Frederik Vesti e Liam Lawson) e com duas corridas para acontecerem nos Estados Unidos, com a popularidade que a categoria conquistou, seria um tiro no pé tirar o piloto precocemente da equipe e o chefão de burro não tem nada. Não só procurou tranquilizar o seu piloto dizendo que não pretende tira-lo da equipe como e que ele foi colocado muito cedo no carro, que ainda tem metas a atingir... será que as metas são as de rodar e bater todos os finais de semana? Ele conseguiu fazer isso nas últimas três corridas (Singapura, Japão e Qatar).

 

 

Com batidas, rodadas ou outras possibilidades que venham a tirar algum piloto do grid, a “corrida” de Felipe Drugovich é muito mais difícil e independente da histeria da pachecada, interesses de outras equipes, questões comerciais e tamanho de mala de dinheiro vão pesar mais do que talento... infelizmente.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. 

  
Last Updated ( Friday, 20 October 2023 19:07 )