Olá Leitores, Mantive a chamada do nosso estimado Alexandre Bianchini, que neste momento está em suas merecidas férias na praia e nessas próximas duas semanas vai ficar na minha mão escrever a coluna das segundas-feiras, algo que não me deixa nada à vontade, mas vamos lá. Ao menos temos um ótimo assunto para falar: os brasileiros mandaram bem nesta edição do Dakar, disputado mais uma vez na Arábia Saudita, independente do resultado final de cada categoria onde estivemos competindo. Tivemos 17 competidores entre pilotos e navegadores, divididos em duplas ou com parceiro estrangeiro. Conquistamos oito especiais nas quatro categorias que disputaram e em todas haviam nomes listados entre os favoritos. Ao todo, foram 12 trechos cronometrados – equivalentes a um dia de corrida – além do chamado prólogo, que definiu a ordem de largada. Como sempre, o Dakar impôs aos competidores uma rotina rigorosa e incerta, incluindo noites sem dormir, acidentes, dias perdidos no deserto e até a interferência de piratas do Mar Vermelho que fizeram com que o navio onde estava embarcado da dupla Reinaldo Varela / Enio Bozzano fizesse a rota pelo sul da África, atrasando a entrega do equipamento. Em solidariedade, com um carro improvisado os brasileiros venceram a primeira especial em sua categoria (UTV T4) e estava entre os primeiros quando a quebra na 6ª especial provocou não só o abandono, mas também os deixou por 2 dias no deserto, racionando água e comida até serem resgatados. Tivemos – como todos tiveram – algumas quebras e em alguns casos provocando abandonos, bem doídos, por sinal, como o de Marcelo Medeiros, nos quadriciclos, que havia vencido a 1ª, 2ª e 5ª especiais antes de deixar a competição, além da dupla Reinaldo Varela / Enio Bozzano na classe UTV T4. Entre os carros tivemos também Marcos Baumgart e Kleber Cincea deixando a competição por quebra e mesmo ainda ficando classificados na 9ª posição, Lucas Moraes (com o navegador espanhol Armand Monleon) vinha para a 2ª colocação na categoria principal dos carros quando uma quebra de suspensão impediu o resultado histórico (A dupla já havia feito o pódio no ano passado com um terceiro lugar). Sobre resultados dos brasileiros, Nos carros ainda tivemos Cristian Baumgart com Alberto Andreotti chegaram na 13ª posição. Nos UTV T3 o navegador Gustavo Gugelmin (com o piloto Austin Jones) ficaram em 5º lugar. A dupla Marcelo Gastaldi / Carlos Sachs venceram duas especiais e terminaram em 7°. O navegador Lourival Roldan (com o piloto Oscar Peralta) ficaram em 11° e a dupla Gunter Hinkelmann / Fabricio Bianchini em 22°. Nos UTV T4, Cristiano Batista (com o navegador espanhol Fausto Mora) venceram a 9ª especial e terminaram em 7° e a dupla Jorge Wagrnfuhr / Humberto Ribeiro ficaram em 14°. O Dakar deste ano percorreu 7.891km na Arábia Saudita, com 4.692km de especiais. No total foram 778 inscritos de 72 nacionalidades foram divididos em oito categorias, com 72 Carros, 148 Motos, 10 Quadriciclos, 66 Protótipos Leves, 42 UTVs (Challengers, T3), 36 UTVs (de produção, T4), 46 Caminhões, 14 Clássicos: Total: 434 veículos. Nos carros, Carlos Sainz e Lucas Cruz fizeram uma competição espetacular para que ‘El Matador’, que conquistou seu quarto título. Depois de terminar o prólogo em 48º, o que comprometeu sua largada, e não venceu um estágio sequer dos 12 disputados, a dupla apostou na consistência (e alguma sorte) para vencer. Afinal, Sebastian Loeb atingiu uma pedra após um salto no penúltimo estágio, seu companheiro de Audi Mattias Ekstrom abandonou por problemas mecânicos e Moraes, primeiro brasileiro a vencer um estágio do Dakar, teve quebra na suspensão na penúltima etapa, o que tirou suas chances de pódio. Nas motos, Ricky Brabec, Depois de passar grande parte da primeira semana entre os primeiros colocados, o vencedor de 2020 assumiu as rédeas após o cansativo 48 Horas Chrono e apesar de uma margem de um segundo para o segundo colocado Ross Branch no final da sétima etapa, o californiano nunca olhou para trás e rodou para uma vitória impecável no Dakar com quase onze minutos restantes. No quadriciclos o vencedor foi o argentino Manuel Andujar, um dos grandes nomes desta classe no mundo. A vitória nos UTV T3 da piloto espanhola Cristina Gutierrez Herrero (com o navegador Pablo Moreno Huerte) foi muito celebrada. Há tempos que uma competidora não vencia no Dakar. Nos UTV T4, a dupla vencedora foram os franceses Xavier de Soultrait / Martin Bonnet. Sem os Tatra na categoria dos caminhões, os tchecos Martin Macik / Frantisek Tomasek / David Svanda levaram o título com um IVECO. Fechando, na categoria Clássicos, vitória dos espanhóis Carlos Milla / Jan Rosa Viñas. Na próxima semana a coluna será sobre as 24 horas de Daytona, que terá a participação de 5 brasileiros e chances reais de vermos a nossa bandeira no alto do pódio. Grande abraço, Flávio Pinheiro |