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Nobres do Grid - Hyperlink (Abril/2011) PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 31 March 2011 03:49

 

Caros amigos, o mundo do automobilismo está quase que funcionando por completo. Dentre as principais categorias – pelo menos as que acompanhamos mais de perto – apenas a GP2 (a série mundial) e o DTM ainda não começaram. Neste último final de semana, assim como no ano passado, Fórmula 1 e Fórmula Indy deram suas largadas no mesmo dia. 

 

Na categoria americana dos monopostos, tivemos a grata notícia, aos 44 do segundo tempo, que Tony Kanaan consrguira, finalmente, fechar seus contratos de patrocínio e iria correr o campeonato. A Equipe é a KV, por onde já correu Mario Moraes. O time, que tem parceria com a Lotus – a da Proton – e desde o ano passado vinha usando a pintura tradicional da equipe (verde com a faixa amarela) na Indy. Tony vai correr com o número 82, o mesmo que Jim Clark usou quando correu nas 500 milhas de Indianápolis nos anos 60. 

 

Quem também fechou contrato e deve correr toda a temporada pela equipe Dreyer & Reinbold é a nossa menina prodígio, Bia Figueiredo. Ana Beatriz – como ela é chamada na terra do tio Sam – vai ter a chance que sempre pediu, com apoio da Ipiranga e um pool de patrocinadores para usar o carro número 24. Além da disputa no geral, uma disputa em particular, pelo menos para nós, vai rolar contra a européia bonitinha, Simona Di Silvestro e a americana marrentinha, Danica Patrick! 

 

Antes do campeonato começar, a Bridgestone-Firestone quase “roeu a corda” com relação ao fornecimento de pneus. A diretoria da empresa, através de Al Speyer, chegou a declarar que a empresa iria se empenhar durante o ano de 2011, mas que em 2012, ano em que a categoria irá adotar um novo chassi, eles não fariam mais parte do projeto. Segundo a direção da Indy “seria importante ter a parceria de tantos anos e lamentamos o fim dela”, declarou Randy Bernard. Contudo, passados menos de duas semanas, a fabricante de pneus voltou atrás no discurso e decidiu continuar. Que rolou alguma pressão, não há dúvidas... o que e como aconteceu, ah, isso vai ser difícil vazar. 

 

 

Em St. Petersburg a Fórmula Indy deu a largada para o seu campeonato... uma largada confusa, com carro até de rodas para o ar.

 

Que os americanos tem mania de grandeza, todo mundo sabe. E o esporte não foge à regra, onde eles chamam alguns dos seus campeonatos nacionais de “world series”, como se o resto do mundo não existisse. Faz tempo que um americano não ganha o campeonato de Indy e agora eles querem provar que os melhores pilotos do mundo correm lá. Para isso, decidiram oferecer 5 milhões de dólares para caso um piloto que não corra o campeonato da categoria vier a vencer a prova de encerramento, no Texas. 

 

A bolada é boa... mas qual piloto da F1 iria se aventurar numa dessas? Afinal, a corrida é num oval! Alguns pilotos de outras categorias tiveram seus nomes citados. O primeiro foi o colombiano Juan Pablo Montoya, que tratou de tirar o “corpão” fora... ele não entra num monoposto nem azeitado! Enquanto os pilotos da NASCAR parecem ignorar o canto da sereia (mesmo porque tem etapa do campeonato no mesmo dia), alguns veteranos parecem estar se animando... o Mario Andretti – 71 aninhos – já começou a treinar.

 

O Alessandro Zannardi, que hoje pilota cadeiras de rodas de corrida (o homem ta treinando para as paraolimpíadas e está fazendo bonito) também mostrou interesse. Não tem F1 neste dia – 6 de novembro – será que alguém topa correr atrás da bolada? Com 5 milhões dá pra correr uma temporada na Hispania... com mais um pouquinho, na Marussia! 

 

A nova regra de relargada em fila dupla já estasendo alvo de protestos de alguns pilotos. Nos ovais, tudo bem. Nos mistos...

 

A corrida de abertura, em St. Petersburg o ano começou como terminou 2010: com Dario Franchitti na frente! O pole position, Will Power, só conseguiu manter a ponta na largada... que COI bem tumultuada, com uma batida envolvendo diversos carros e Marco Andretti terminando a carambola com as rodas para o ar – louvado sejas, oh Santo Antônio! 

 

A nova forma de relargadas, no estilo NASCAR, com os carros se posicionando lado a lado, dois a dois, mostrou-se – inicialmente – algo que pode ser repensado para os circuitos mistos. Pilotos da Indy parecem não ter muita familiaridade com o pedal do freio e nas primeiras voltas, até os afoitos e afoitas “pegarem o jeito” foram várias bandeiras amarelas e relargadas. 

 

Mesmo tendo pouco contato com o carro e a equipe, Tony Kanaan terminou em 3º e 'seu' Michael Andretti que se arrependa.

 

Quem levou a pior mesmo foram os pilotos da Dreyer & Reinbold.  Tanto Ana Beatriz como Justin Wilson sofreram fratura nos pulsos em seus acidentes (tranco no volante). O caso da brasileira foi mais grave: ela precisou passar por uma cirurgia para colocação de um pino de platina. A recuperação deve levar de duas a três semanas e Bia deve ficar de fora de pelo menos uma das duas próximas etapas (provavelmente as duas) do campeonato, voltando a pilotar apenas no Brasil. Detalhe: Ela concluiu a prova com pulso quebrado e tudo! Além de prodígio, é raça pura. 

 

A prova teve algumas alternâncias no meio do pelotão, mas na ponta, nada parecia que iria atingir Dario Franchitti. No final, deu Ganassi na primeira posição, com Will Power em segundo e uma brilhante corrida de Tony Kanaan, que largando em 8º, fechou o pódio (se bem que, corrida de americano não tem disso. O vencedor é o cara e o resto é perdedor!). Para abril, teremos corridas em Barber Park e Long Beach. Um misto e um circuito de rua antes da categoria vir para o Brasil. 

 

Já a outra grande categoria americana, a NASCAR, correu em três diferentes ovais: O speedway, oval, do Texas, o “ovinho” de Bristol, que mais parece um estádio do que um circuito de corridas e o superspeedway de Fontana. Na NASCAR é assim... tem oval, ovinho, ovão, trioval... tem ovo para todos os gostos e, para colocar um salzinho, duas corridas em mistos.  

 

 

No Texas, no melhor estilo "carreras son carreras", Carl Eduards foi que riu por último. Teve até salto mortal na comemoração. 

 

No Texas, Carl Edwards foi o cara... de sorte! Tá certo que a punição no Tony Stewart fez a vitória cair no seu colo... mas se houve a infração no abastecimento, que errou tem que pagar. Stewart foi o grande nome da corrida, mas o erro na parada o fez cumprir uma passagem pelos boxes em bandeira verde. Na NASCAR isso é fatal. 

 

Os irmãos Busch, que vem esmerilhando neste início de campeonato, especialmente o Kyle, que vem ganhando corridas de tudo que anda e que é texana ficou na mão na corrida doméstica. Do meio para o final os problemas se acumularam e tanto Kyle quanto Kurt ficaram longe da vitória. Tony Stewart ainda foi buscar o terreno perdido, ultrapassou meio grid e ainda chegou em segundo. Se tivessem mais voltas, talvez ele até voltasse à liderança. 

 

No “ovinho” de Bristol, com seus trinta milhões de voltas e mais de 100 mil espectadores empoleirados assistiram Kyle Busch Kyle Busch confirmar o favoritismo e vencer a etapa do Tenesse. Esta foi a quinta vitória consecutiva naquela pista. Contudo, para receber as quadriculadas, o mais novo dos Busch precisou segurar as investidas de Carl Edwards e Jimmie Johnson, nas voltas finais. 

 

 

No minúsculo oval de Bristol, Kyle Busch mostrou que o local é mesmo seu domínio. Venceu pela quinta vez no "ovinho". 

 

Ao longo da prova, contudo, tudo apontava para uma vitória de Jimmy Johnson, que liderou o maior número de voltas, mas como o que vale é passar em primeiro na última, antes desta Kyle conseguiu recuperar a ponta e negociar melhor o tráfego pesado para garantir a vitória. 

 

Em Fontana, Juan Pablo Montoya largava na pole, lutando pela sua primeira vitória em ovais... mas o “rei do Nationalwide”, Kile Busch não estava disposto a deixar de bisar o fito no domingo (ele venceu no sábado). Montoya não durou muito na ponta e depois de uma liderança de Denny Hamlin, o “Buschinho” tomou a ponta e abriu distância. Foi ele quem liderou o maior número de voltas. A prova teve poucas bandeiras amarelas e nenhum acidente grave – coisa rara na NASCAR – e isso fez com que algumas paradas fossem em bandeira verde... e foi numa dessas que Kyle entrou na “alça de mira” de Jimmy Johnson, que o ultrapassou faltando menos de uma volta. Contudo, o duelo entre eles permitiu a aproximação rápida de Kevin Harvick.  

 

Tivemos então uma repetição – ao menos no final da prova – das voltas finais de 2010, quando Kevin Harvick e Jimmy Johnson disputavam a ponta e o campeão teve a vida facilitada por um toque de Harvick no muro. Só que, desta vez, Harvick soube desestabilizar Johnson com o típico “jogo de totós” da NASCAR e conseguiu a ponta na última curva, cruzando a linha de chegada com 0,1s de vantagem! 

 

Reeditando a disputa de 2010, Kevin Harvick e Jimmy Johnson foram até a última curva. Desta vez, a vantagem foi de Harvick. 

 

Fechamos o mês de março com Carl Ewards assumindo a liderança do campeonato, com 187 pontos, nove a mais que Ryan Newman. Kurt Busch é o terceiro, com 177, enquanto Kyle Busch subiu para quarto, com 176. Johnson agora é o quinto com 173. 

 

Ainda nos “States”, tivemos a abertura da temporada do Gran Turismo mundial com a tradicional prova de 12 horas de Sebring. As quatro categorias estavam lá, com suas principais equipes e pilotos, descobrindo o que um e outro fez para a temporada e – claro – para a apoteótica prova das 24 horas de Le Mans. 

 

 

Por conta de um pneu furado, Augusto Farfus teve que se contentar com o 2º lugar em Sebring e ver Andy Priaulx vencer a prova. 

 

Os brasileiros participaram na categoria GT, com Augusto Farfus correndo na BMW com o modelo M3 GT, disputando diretamente contra os demais compatriotas na categoria: Jaime Melo, que continua na Risi Competizione, neste ano com uma Ferrari F458 e a dupla Bruno Junqueira e Cristiano da Matta, ao volante de um Jaguar XKR. 

 

Nossos pilotos não tiveram muito o que comemorar, verdade seja dita. Augusto Farfus deixou de vencer a prova graças a um pneu furado... e a vitória coube justamente ao time liderado pelo seu companheiro de equipe, Andy Priaulx. Jaime Melo enfrentou problemas com a Ferrari e acabou deixando a prova na parte final. Pior mesmo foi para Bruno e Cristiano, que saíram ainda no início da prova, com 35 voltas completadas. 

 

 

Apesar dos problemas em Abu Dhabi, a dupla brasileira, Ricardo Zonta e Enrique Bernoldi, mostrou potencial para vencer no FIA GT. 

 

O mundial da categoria, que começou dia 27 em Abu Dhabi até começou bem para a dupla brasileira Zonta-Bernoldi. Largando em 4º na prova classificatória do sábado, Bernoldi pulou na ponta e liderou até a troca de pilotos. Nos boxes, um problema no cinto de segurança e a saída dos boxes com toques com Ford GT de Frederic Maikowiecki, que espremeu o Nissan dos brasileiros no pitwall. Zonta precisou voltar aos boxes por conta do problema no cinto, mas os danos no carro tiraram a dupla da prova. O outro brasileiro, Jaime Câmara, também não concluiu a prova, ficando com a 13ª posição no grid para o domingo. 

 

Na corrida de domingo, largando no fundo do pelotão a dupla brasileira não conseguiu fazer a prova de recuperação que pretendia, terminando apenas em uma distante 16ª posição. A vitória ficou com a dupla do Aston Martin número 3, de Clivio Piccione e Stef Dusseldorp. De consolo, a segunda posição do outro Nissan GT-R mostra que o carro tem potencial para andar na frente... a dupla, então, nem se fala. Jaime Câmara ficou em 13º e a próxima etapa vai ser em Zolder, no dia 10 de abril. 

 

A foto não é a do carro da Hexis que venceu a corrida nos emirados, mas o fotógrafo foi de uma extrema felicidade! 

 

Descendo a linha do equador, no dia 13 começou a temporada da TC2000 na Argentina. Depois de uma intensa “dança das cadeiras” depois da corrida que encerrou o campeonato no ano passado. Aliás, alguns nomes surpreenderam com suas novas equipes. O que não surpreendeu foi o resultado final da prova de General Roca: A Berta Motorsport, que venceu no final do ano, largou na frente em 2011 com a vitória de Juan Manuel Silva, que era piloto da equipe Honda-Petrobras no ano passado. 

 

A performance do jovem piloto foi de tal forma incontestável que a opinião geral no paddock após a corrida era de que Manuel Silva seria o homem a ser batido este ano. 

 

  

Na "Stock dos Hermanos", a Berta Motorsports e o novo piloto da equipe, Manuel Silva, largaram na frente em General Roca.

 

O calendário da categoria reserva para o dia 10 de abril a prova no circuito de rua da cidade de Santa Fé, contudo, algumas datas agendadas ainda não tem seus locais definidos e alguns dos autódromos que tradicionalmente recebem a categoria ainda não tiveram seus nomes apresentados, como é o caso do circuito dos Hermanos Galvez, em Buenos Aires. 

 

Aqui no Brasil, no final de semana seguinte e depois do filminho “a volta dos que não foram”, tivemos a abertura conjunta dos campeonatos da Stock Car e do WTCC no Autódromo Internacional de Curitiba. 

 

Como já esperávamos, os boxes ficaram pequenos para tanto carro junto. O resultado disso foi que o espaço para operações de pit stop ficou deveras apertado para quem tem uma parada obrigatória como item do regulamento, que é o caso da categoria nacional. O WTCC, com suas duas corridas de 25 minutos e “pau no lombo” o tempo todo não precisou se preocupar com isso.  

 

As quedas de barreiras e as interdições na estrada emtre Paranaguá e Curitiba complicou a vida do pessoal do WTCC.

 

A preocupação dos gringos foi com o estado em que estava a estrada entre Paranaguá e Curitiba, com as chuvas e os deslizamentos de barreiras que bloqueavam a BR277. Os carros e os equipamentos, que vieram de naviom, só chegaram ao autódromo na quarta-feira (ano passado chegaram na segunda) e o pessoal das equipes precisou correr para tirar o atraso. 

 

A Stock, com motores bem maiores, andou cerca de 6s mais rápida que os Cruze, Seat e BMW que vieram para o Brasil, mas isso não quer dizer que não houve emoção. Principalmente porque um brasileiro correu no mundial: Cacá Bueno participou novamente de uma prova da categoria ao volante de um Cruze, com uma pintura particular, bancada pelo patrocinador pessoal. 

 

Correndo em uma pista conhecida, Cacá andou forte e esteve entre os mais rápidos durante todo o final de semana, andando inclusive na frente de um dos pilotos titulares do time da GM, que mostrou – mais uma vez – ter largado na frente no início da temporada, assim como foi no ano passado. Nas provas, vitória da GM nas duas, com Cacá fazendo um terceiro e um quinto lugar e mostrando ter condições de andar junto com as feras da categoria. Agora é tentar fazer algumas provas fora do Brasil e pegar mais tarimba.

 

 

Nas duas corridas, ninguém conseguiu segurar os carros da Chevrolet, que continuam mandando na categoria. Cacá Brilhou. 

 

Se o sonho da equipe sulamericana não vingou, como era o plano, quem sabe uma vaga numa equipe européia... Chato foi ver o pessoal que recebe convite para assistir a Stock, aquelas torcidas uniformizadas que ficam na arquibancada em frente aos boxes, ir praticamente toda embora depois da corrida da Stock. Mesmo assim, o público foi muito bom. 

 

A etapa de abertura da Stock começou com uma polêmica: Xandinho Negrão foi – surpreendentemente – liberado para correr pelo Dr. Dino Altimann. Nos treinos livres, ele não foi para a pista, com Marcos Gomes fazendo o apronto dos dois carros (o que rendeu uma multa para pilotos e equipes). Nos treinos, a verdade: Enquanto Marcos Gomes fazia a pole, Xandinho era o último, 3 segundos atrás do companheiro de equipe. Honestamente, ele estava em condições de correr? A prova derradeira veio na corrida, quando, depois de duas voltas, o piloto do carro 99 recolheu para os boxes e abandonou. 

 

Pela manhã, A Stock também começou mais um campeonato. Com autódromo lotado, um pouco de frio e muito "calor" na pista 

 

A corrida, como sempre acontece em Curitiba, foi disputadíssima e imprevisível. Um detalhe definiu o ponto crucial de tudo: lembram que citamos os boxes apertados? Pois é... Quando o líder Marcos Gomes foi sair dos boxes, o carro de Cacá Bueno, que teve que se virar para parar, atrapalhou o outro carro da equipe de Mauricio Ferreira, que precisou ser puxado para sair... e lá se foi a liderança pelo ralo! 

 

Pior ainda foi o chamado de volta aos boxes para uma “vistoria técnica”... durante a corrida! Havia uma suspeita de que tivessem colocado algum pneu ou os pneus do carro de Xandinho no de Marcos Gomes, o que não se confirmou. E agora, num caso desses, em que o piloto foi claramente prejudicado, para todo mundo e ele volta para a colocação em que estava? É isso que dá deixar que os interesses da televisão – tem outra justificativa? – interfiram no andamento de uma competição. Detalhe: e ai do Matheis se protestar... pode ter até a credencial caçada! 

 

 

As disputas foram intensas. Thiago Camilo fez um corridaço e as novas "regras técnicas" fez suas vítimas nos boxes.

 

Melhor para Thiago Camilo, que fazendo sua estréia com Rosinei Campos – pela RCM – venceu a prova, que também teve algumas punições dentro do novo formato do regulamento do “é proibido reclamar”. A próxima etapa será em São Paulo, dia 3 de abril. 

 

Se na Stock ao menos temos carros, pilotos e um grid, na Fórmula 3 sulamericana a situação é lamentavelmente desesperadora. Durante o final de semana de abertura da temporada, em Nova Santa Rita, no belo Velopark, a pista de 18 metros de largura em sua reta principal parecia engolir o minguado grid de apenas 11 carros (no domingo alinharam 10, um largou dos boxes. No sábado foram só 9)... e isso somando os carros da categoria principal de da light! 

 

Em tom mlancólico, com arquibancadas e grid vazios, começou a temporada da desprestigiada F3 Sulamericana. Uma pena. 

 

No final do ano passado, tivemos a informação de que o jovem kartista – e um dos melhores valores do país – Felipe Fraga estava tentando participar do campeonato... mas que precisava de um milhão de reais para conseguir um lugar no grid. Como é que um piloto consegue viabilizar um montante desses para correr com um grid tão pequeno. Apesar da transmissão pela TV – ao vivo – pela Rede TV (ao menos para os locais que não tem aquelas programações pagas), nem assim, neste que é o 25º ano da categoria no continente, conseguiu-se de arregimentar mais carros. 

 

O final de semana só conheceu um vencedor: Guilherme Silva. O jovem piloto da equipe Hitech, uma sucursal da equipe que corre o campeonato britânico da categoria venceu tudo, sob sol ou sob chuva, interrompidas ou não. Disparando de cara na pontuação do campeonato. 

 

Indiferente à tudo isso - e aos adversários - Guilherme Silva não deu chances e venceu as três provas disputadas no Velopark. 

 

O mico ficou para o não recebimento por parte da categoria dos pneus de chuva da fornecedora que, a partir deste ano, está destinando pneus com a mesma configuração da dos fornecidos nos campeonatos europeus. Por falar em Europa, enquanto o campeonato tinha sua abertura aqui no Brasil, os dirigentes da CBA estavam em Portugal, na abertura da copa Porsche. Isso é que é prestígio! Quem será que acaba primeiro: A Hispania, a equipe mambembe da F1 ou o sulamericano de F3, o campeonato mambembe de monopostos do continente? 

 

E para completar a festa, vem aí mais uma “categoria de riquinhos”. A Audi – assim como a Mercedes fez no mês passado – apresentou no início de março, São Paulo, o “DTCC” Audi. Um campeonato brasileiro direcionado a pilotos não profissionais e que usará o modelo A3 Sport 2.0, que gera 200 cv.  O “custo da brincadeira” é mais modesto do que a categoria da Mercedes.  Uma temporada do DTCC Audi poderá ser feita com R$ 178 mil, mais gastos com pneus — os PZero, mas 'made in' Turquia —, elevando a conta para algo cerca de R$ 200 mil. No caso da Mercedes, parte-se de uma base de R$ 196 mil e gastos por corrida que podem superar R$ 500 mil por ano.  E tudo – claro – sob os aplausos da CBA.

 

A Audi fez o lançamento de sua categoria, voltada para "pilotos não profissionais". Mais uma para correr p/ arquibancadas vazias.

 

Já o campeonato de endurance do Toninho de Souza... Aí a gente não tem como não perguntar: Quem é que vai assistir estas provas? Os familiares, os amigos, as namoradas, os ratos de boxes lá de Interlagos... as arquibancadas vão continuar vazias.

 

Depois de “patinar no gelo” no Rally da Suécia, a Citroen deu o troco na Ford na segunda etapa do WRC. A festa da equipe só não foi completa porque o companheiro de equipe Sebastien Loeb, o xará Ogier, que liderava a etapa até o início dos estágios do domingo – por mérito próprio na sexta e pela punição de 50s para Loeb por um problema no câmbio no sábado – Não aguentou a pressão. 

 

 

Sebastien Loeb se redimiu da fraca atuação na Suécia e venceu no México... graças ao abandono do companheiro, Ogier. 

 

Faltando apenas 3 trechos cronometrados, a vitória parecia estar nas mãos do piloto do DS3 número 2. Contudo, a tocada forte do heptacampeão fez mais estragos do que o esperado e Ogier perdeu o controle do carro, acidentando-se e abandonando a prova.  

 

Sorte da dupla da Ford, uma vez que Mikko Hirvonen – vencedor na Suécia – terminou a etapa na segunda colocação, 1min38s depois de Loeb.  Jari-Latti Latvala cruzou logo atrás, em terceiro, e Petter Solberg, agora com equipe própria, também de Citroen, foi o quarto.

 

Após 3 etapas, Mirko Hirvonen perdeu a vantagem que tinha na liderança do WRC. Agora está empatado com Loeb. 

 

Na etapa portuguesa a Ford até começou na frente, na sexta-feira, mas no sábado, Sebastien Ogier já liderava e, no Domingo, o pilotos, que venceu na edição passada, voltou a conquistar o Rally luso, deixando seu companheiro, Sebastien Loeb, em segundo. A dupla da Ford enrolou-se ao longo da disputa, mais ainda Mirko Hirvonen, que agora tem que dividir a liderança do campeonato com Loeb. Contudo, os dois precisam se cuidar... Sebastien Ogier parece que não será tão submisso quanto foi Daniel Sordo nos anos em que foi o nº 2 da Citroen.  

 

O retorno para a Europa marcou a estréia da Mini no Mundial em 2011. A marca, que já participou com destaque de provas na Europa, entre elas, o tradicional Rali de Monte Carlo, nos anos 60, está voltando aos poucos e nesta temporada, o projeto do time é se adaptar à categoria.  Em Portugal, a Mini participou apenas da categoria S2000, com uma dupla luso-brasileira, formada pelo brasileiro Daniel Oliveira e pelo português Carlos Magalhães.

 

Sebastien Ogier não cometeu erros em Portugal e venceu novamente por lá. Pelo visto, Loeb vai ter trabalho em casa este ano.

 

O também português, Armindo Araújo, bicampeão do P-WRC (divisão do Mundial de Rali para carros de produção) também correu pela Mini. A estréia na categoria principal será apenas na Itália, quando a dupla de pilotos e seus navegadores se juntará ao duo principal, formado por Sordo e Kris Meeke. Para 2012 a equipe deve participar de todo o certame do WRC. 

 

O Português Armindo Araujo chegou a andar entre os 10 primeiros no geral, mas tanto ele como o Brasileiro acabaram ficando para trás, nem chegando a concluir a prova. Quem fez bonito foi o argentino Federico Villagra, que terminou em oitavo ao volante de um Ford Fiesta.  

 

O baiano Daniel Oliveira fez sua estréia com a equipe Mini. Infelizmente, nenhum dos dois carros terminou o percurso. 

 

A próxima etapa do WRC está marcada para os dias 14 a 16 de abril na Jordânia. No entanto, a quarta prova da temporada tem sua realização ameaçada por conta dos conflitos políticos na Síria, que é rota obrigatória para as equipes que farão o transporte via marítima da Europa para o Oriente Médio. A Citroën, através de seu diretor, Olivier Quesnel, já se manifestou contrario à execução da prova. Após uma reunião entre os times no Mundial e a FIA, ficou definido que uma decisão sobre o assunto será tomada nesta semana.

 

Depois da Mini, que começou a correr em Portugal, quem está acenando forte na direção do WRC é a Volkswagen. Um projeto que, por enquanto não tem detalhes divulgados, estaria sendo capitaneado por Carlos Sainz e a equipe que vem dominando o “DE CÁ” (Dakar sulamericano) há três anos. A montadora germânica já teria iniciado o processo de contratação de alguns dos melhores engenheiros da categoria, mas os nomes dos profissionais permanecem em sigilo. Contudo, o grande objetivo da Volkswagen seria a contratação de Sebastien Loeb para liderar a equipe.  

 

 

A VW aponta para o WRC... com Carlos Sainz na coordenação, Um carro praticamente pronto e o sonho em ter Loeb ao volante. 

 

O modelo a ser utilizado pela Volkswagen estaria entre o Polo e o Scirocco. O último poderia levar uma vantagem por já utilizar os motores de 1.6 litros que a categoria vem utilizando. Para 2012, o plano seria seguir o exemplo da Mini, e correr algumas provas – seis ou sete – para entrar de vez no campeonato em 2013. 

 

Já que falamos no “DE CÁ”, no ano que vem deveremos ter mais um país no roteiro: o Peru. A organização do Rali Dacar inclusive já confirmou a presença peruana no trajeto para 2012... mas como ainda tem muito tempo até lá e a cabeça do pessoal da A ASO (Amaury Sport Organisation), empresa responsável pelo evento, muda mais que duna no deserto, melhor esperar. 

 

Por enquanto a Idéia é montar o roteiro com cinco etapas na Argentina, cinco no Chile e quatro no Peru. Etienne Lavigne, o Bernie do offroad,  falou – mais uma vez – sobre o projeto de, um dia – quem sabe em 2013 – fazer um “DE CÁ” entre o Rio de Janeiro e Lima, com cinco países envolvidos (Brasil, Argentina, Chile, Bolívia e Peru).   

 

E depois de um "longo e complicado" inverno, a Fórmula 1 deu a largada para o campeonato de 2011... sem muita mudança.

 

E finalmente, depois do adiamento/cancelamento da prova no Bahrein, começou o mundial de Fórmula 1.   

 

Os treinos mostraram, sem truques ou jogos de esconde-esconde, quem tinha o que nas mãos e a Red Bull sobrou! Vettel – em particular – deu um banho na concorrência. As McLarens mostraram que o carro era melhor do que o apresentado em Barcelona... tudo bem que mudaram o assoalho e o sistema de escapamento.

 

A Ferrari foi uma decepção. Andou perto das Red Bull em Barcelona e em Melbourne tomou 1,5s! Isso é, o Alonso tomou isso. O Massa tomou 6 décimos do “dono” do time no treino classificatório. Nos treinos livres a diferença foi em torno de 1 segundo.  

 

A Mercedes também decepcionou e o Schumacher não conseguiu nem passar para o Q3. A Williams mostrou – com Barrichello – ter potencial e lá trás, mais do mesmo, com a Hispania pagando o mico de ficar fora dos 107% e ser eliminada da prova.  

 

 

Massa vinha fazendo uma boa prova... até ser alcançado por Alonso. Alguém tem coragem de chamar aquilo de ultrapassagem? 

 

Na corrida, Vettel não deu chances para a concorrência desde a largada. Abriu 2s na primeira volta, estabeleceu-se na frente e administrou a vantagem. Certamente poderia ter andado mais rápido. Webber não aproveitou o lado limpo da pista e ficou em 3º, atrás de Hamilton. Fernando Alonso largou mal e Massa bem, inverteram as posições, com Felipe passando na primeira volta em 5º e o espanhol em 9º.   

 

Barrichello fez uma corrida de altos e baixos. Enrolou-se na largada, foi pra brita, depois fez uma grande corrida de recuperação até chegar atrás do Nico Rosberg. Num “‘deja vu’ mistureba” de GP Hungria 2010 com desafio das estrelas 2009 (só pode ter sido) deve ter visto o alemão errado e deu na traseira da Mercedes, tirando Rosberg da prova, quebrando o bico tendo que ir para os boxes e depois sendo punido com um Drive Through. Nem o Maldonado faria tanto!

 

 

Barrichello teve uma prova complicada, com batidas, brita e um problema na programação do funcionamento da asa móvel. 

 

Outro que também teve uma corrida para esquecer foi o Schumacher. Voltou para os boxes com uma roda sem pneu e o carro parece ter ficado torto por conta. Abandonou. A equipe, em nota oficial, disse que a direção da prova fez a programação errada do sistema de asa móvel e que isso prejudicou os dois pilotos.  

 

Massa andou bem... até a volta 12. Segurou o Button o quanto pode, mas quando esse passou – furando uma chicane – deu chances para Fernando Alonso atacar também... e aí a corrida do brasileiro acabou! O brasileiro caiu de rendimento e até mesmo a equipe (dele) conseguia ser mais lenta que as outras nos pits. O resultado só não foi pior devido a desclassificação das Sauber. O que não tem quem explique é: como é que uma equipe é punida por uma irregularidade na asa traseira apenas depois da corrida? Não tem vistoria técnica nos treinos? A asa era a mesma...  

 

 

Alheio aos problemas alheios, Sebastian Vettel "passeou pelo parque" em Melbourne, e nem precisou de KERS para vencer. 

 

Quem também decepcionou foi o piloto local. Webber tomou mais de 1s na classificação. Em momento algum ameaçou Hamilton na segunda posição. Andou mais lento que os outros no pelotão da frente. Nos pits, foi superado por Vitaly Petrov – que fez a corrida da vida dele, terminando em 3º lugar – e na parte final, perdeu o duelo com Fernando Alonso, sendo relegado ao 5º posto.  

 

Os pneus Pirelli “cumpriram seu papel”, deixando a corrida movimentada dentro e fora da pista. As asas móveis e os KERS funcionaram, mas não teve aquela esculhambação de ultrapassagens que se anunciava antes do apagar das luzes vermelhas. Agora, todos sabem quem pode vir a fazer o que, ao menos nestas primeiras provas, antes de se chegar na Europa, onde algo novo realmente pode vir a surgir.  

 

 

A pirelli já está pensando em mudar a marcação dos pneus... pintar a banda toda seria bom. Trocar o prata por verde também! 

 

Mas o “arco-iris” que a empresa italiana fez para identificar os seus pneus deu o que falar na hora que a coisa foi para a prática. Ficou difícil distinguir branco de prata ou mesmo ver os nomes ou as cores, nítidas apenas nos pneus macios (amarelos). Pintar o restante da banda pode ser uma solução... e trocar o prata por verde, por exemplo, também!  

 

O balanço da primeira etapa foi interessante... as tais asas não deram muita asa para as diversas ultrapassagens que tio Bernie tanto queria. O vencedor da prova não utilizou o KERS uma única vez e no final, ainda teve gente reclamando do excesso de botões e ajustes no volante e das ditas asas móveis. Sebastian Vettel, que atualmente faz parte da quase simbólica GPDA, até falou – o que devia ser mais uma piada de garoto travesso do que coisa séria – sobre uma “greve” dos pilotos contra os volantes atuais.   

 

Quem não tem mais idade para fazer gracinhas, o Rubens Barrichello, também questionou não apenas os botões dos volantes, mas todo o leque de artifícios embarcados nos carros para este ano. Felizmente ninguém teve problemas mais sérios, mas e se tivesse? A FIA disse que só vai fazer algum tipo de análise, e – a princípio – apenas sobre as asas móveis após o GP da China.  

 

 

Tio Bernie ainda não desistiu de fazer a corrida no Bahrein. A FIA pressiona o mecenas, que reclama da postura de Todt. 

 

Enquanto isso o mundinho da F1 vai na sua tocada... o Bernie tentando encaixar o GP do Bahrein em algum lugar para não perder dinheiro, falando mal do Jean Todt – que ele apoiou – na presidência da FIA, querendo “irrigar” os autódromos... e viva-se com isso... realmente, é mais do mesmo. 

 

Até a próxima.

 

Colaboraram para esta coluna: Fernando Paiva, Willy Möller, Paulo Alencar e Mauricio Paiva.

Last Updated ( Saturday, 02 April 2011 03:29 )