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O exemplo de Grosjean PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 25 January 2012 18:11

 

 

Claro que, como torcedor brasileiro, esperava que a segunda vaga da equipe Lotus à temporada 2012 de Fórmula 1 ficasse nas mãos de um piloto do País. Rubens Barrichello, Lucas di Grassi, Luiz Razia, enfim, qualquer patrício. Mas a contratação de Romain Grosjean, 25 anos, vai muito além de qualquer patriotismo. É bastante positivo ver um talento regressar à categoria, inclusive quando sua passagem anterior não foi das mais positivas. Algo que quebra aquele paradigma de que a Fórmula 1 jamais permite segunda chance a um piloto.  

 

A primeira passagem de Grosjean pela categoria ocorreu em 2009. Justamente pela Renault, atual Lotus. Disputou os últimos sete Grandes Prêmios daquele ano. Para alguns, o rendimento do franco-suíço foi um desastre total. Sinceramente, não creio que chegou a tal ponto. Em classificações, por exemplo, Romain foi em média 0s376 mais que lento que seu companheiro de equipe. Trata-se de uma distância considerável em conta pilotos que, teoricamente, dispunham de equipamentos semelhantes. Mas não podemos ignorar o fato de que o companheiro de time de Grosjean era um tal de Fernando Alonso. Bicampeão, experiente e velocíssimo Alonso.  

 

Em corridas, o rendimento do piloto natural de Genebra foi discreto. Embora tenha completado cinco das sete provas que participou, o máximo que conseguiu foi um 13º lugar, em Interlagos. No mesmo período, Alonso obteve uma terceira e uma quinta colocações. Na imprensa francesa, o papo era de que Romain sofria, sobretudo, para encontrar bom ajuste a equilíbrio e pressão dos freios. Algo nada surpreendente. Afinal, Grosjean chegou à Fórmula 1 sob a pompa de piloto promissor, mas com pouca quilometragem em testes com carros da categoria. 

 

 

Substituindo o demitido Nelsinho Piquet, Grosjean sofreu como companheiro de Fernando Alonso, saindo ao fim do ano de 2009. 

 

De fato, Romain não seguiria como titular pela Renault em 2010. Não havia olhos voltados à possibilidade de que pudesse evoluir com o time. A equipe passava por um instante conturbado, reflexo das ações jurídicas que sofria por conta do famigerado acidente intencional em Cingapura, no ano anterior. Algo que rendeu a perda de patrocinadores importantes da escuderia, inclusive o máster, do banco holandês ING. Estava claro que a Renault precisaria recuperar essa grana, entre outros modos, com um piloto dotado de bons patrocínios. Esse era o caso de Vitaly Petrov; não de Grosjean. 

 

Sem grandes alternativas, o franco-suíço parou na equipe Matech de FIA GT. Os resultados se mostraram promissores, inclusive com vitórias em Abu Dhabi e Brno. Deixou o certame em agosto, para se dedicar exclusivamente a Auto GP. Na categoria, que em anos anteriores era chamada de Fórmula 3000 Italiana – e que teve Felipe Massa como campeão, em 2001 – Grosjean começou a reerguer sua carreira. 

 

Embora não tenha disputado as quatro primeiras provas do certame (duas rodadas duplas), o piloto da equipe DAMS arrasou a concorrência. Em oito corridas, venceu quatro. Faturou ainda um segundo e dois terceiros lugares. Sagrou-se campeão.  

 

Para 2011, a parceria com a DAMS foi mantida. Agora, porém, na GP2.  

 

Logo no início do ano, Grosjean faturou a versão asiática da categoria. Uma conquista sem muito brilho, contudo. Não propriamente por qualquer problema relacionado ao ex-piloto da Renault. Mas conturbações nos cenários político e social no Bahrein resultaram no cancelamento das quatro provas no circuito de Sakhir. Assim como ocorreu com o GP de Fórmula 1. No final das contas, o certame contou com apenas quatro corridas. 

 

No grande desafio do ano, a temporada regular da GP2, o franco-suíço sobrou. Pontuou em nada menos que 15 das 18 etapas do campeonato. Foram dez pódios e cinco vitórias. O título veio com três corridas de antecedência, em Spa-Francorchamps. 

 

 

Para 2012, Grosjean quer se firmar e, definitivamente, dar a volta por cima na vida e na carreira como piloto de Fórmula 1. 

 

Mais que convencer a Lotus e boa parte do paddock da Fórmula-1 de que os maus tempos ficaram para trás, Grosjean conseguiu um importante apoio: o da petrolífera francesa Total, parceira da Lotus.  

 

Segundo Jean Alesi, ex-piloto de Fórmula-1 e atual embaixador do Grupo Lotus, a Total propôs a diretoria da equipe de Enstone que concedesse seu segundo carro ao atual campeão de GP2. Em contrapartida, a empresa injetaria mais dinheiro na escuderia em 2012. O valor dessa manobra, claro, não foi divulgado. Assim como a maioria dos contratos na Fórmula 1, detalhes estão guardados a sete chaves. Mas é possível ter uma ideia ao se levar em conta que Petrov tinha acordo para correr nesse ano pela equipe. Desse modo, a Lotus abriu mão de 12 milhões de Euros oriundos de patrocinadores do russo. E provavelmente teve de desembolsar uma rescisão de 500 mil Euros, referente aos salários que Vitaly receberia até o fim de 2012. 

 

Assegurar que Grosjean terá sucesso nessa segunda passagem pela Fórmula-1 é algo que somente o tempo poderá responder. Mas, uma coisa é certa: ele já é um exemplo de como reconstruir uma carreira quase demolida após uma passagem sem resultados de destaque na F1. Que sirva de exemplo a muitos colegas de profissão desse franco-suíço, portanto.

 

Abraços,

 

Rafael Ligeiro 

 

 

Last Updated ( Saturday, 11 February 2012 17:20 )