Vou já dizer isto: este é um artigo meramente especulativo. Mas pelo que leio e falo com alguns colegas e outros profissionais nas redes sociais, acho que tem um enorme fundo de verdade. Depois de ter saído da Williams - mais por pressão de "Toto" Wolff do que do próprio Frank Williams, como afirma esta semana o meu amigo José Inácio - Bruno Senna apostava na entrada em uma de três equipas: Lotus (um regresso), Force India e Caterham. Com a confirmação da dupla da Lotus para 2013 em Romain Grosjean e Kimi Raikkonen, as opções para o piloto brasileiro recaem sobre Force India e Caterham. É um facto que o piloto brasileiro tem uma bela "carteira" consigo - cerca de 15 milhões de dólares de patrocínios - mas parece que as coisas não estão fáceis para ele. Digo isto porque parece que quer uma, quer a outra equipa, parecem já ter escolhido os seus pilotos, e nenhum deles parecer ter Bruno Senna nos seus planos. No primeiro caso, parece que Vijay Mallya está apostado em receber de volta Adrian Sutil. O piloto alemão, a braços com problemas na justiça devido a uma agressão em 2010, que o condenou a uma pela de um ano, com uma suspensão de 18 meses, e o impediu de competir em 2012, poderá regressar com um patrocínio de dez milhões de dólares da Medion. E a escolha é do próprio Mallya, que tem os seus planos. E esses passam por um troca de motores, da Mercedes para a Ferrari, em 2014. E para isso, ele já tem outro piloto em mente: o francês Jules Bianchi. Na Force Índia, a disputa não envolve apenas dinheiro, mas possibilidades de parcerias para o futuro da equipa. Um protegido da Ferrari e terceiro piloto da marca em 2012, o francês poderia ser um grande beneficiado dessa troca de motores, uma vez que Paul di Resta está na Formula 1 graças ao apoio da McLaren e da Mercedes, devido ao acordo tecnológico que a marca fez em 2009. No caso da Caterham é algo mais complicado, mas que pode ser a melhor hipótese para Bruno Senna: a equipa já confirmou o francês Charles Pic, vindo da Marussia, e o segundo lugar tornou-se altamente cobiçado. O finlandês Heiki Kovalainen, o russo Vitaly Petrov e o holandês Gierdo Van der Garde são os candidatos a esse lugar, para além de Bruno Senna. Mas para além desses todos, outro possível candidato é um compatriota seu: Luiz Razia. Na Caterham, a disputa é igualmente difícil. A Equipa precisa de dinheiro, como todos sabemos, mas também de um bom piloto. Todos estes pilotos têm talento e uma carteira bem recheada, e cada um tem bons motivos para ser escolhido pela equipa. Vitaly Petrov, por exemplo, deu à equipa o seu melhor resultado de sempre, o 11º lugar no Brasil, que lhe deu o décimo posto no campeonato de Construtores. Com a carteira um pouco mais aliviada nesse campo, poderá ser que a equipa pense mais no talento do que no dinheiro que iria receber do bolso dos pilotos. E aí, o brasileiro poderá ter alguma vantagem. Mas a concorrência é dura. Agora, depois disto tudo, a grande pergunta que se faz é: o que vai acontecer caso as portas da Formula 1 se fecharem para Bruno Senna em 2013? Ir para a IndyCar? Regressar ao Brasil e correr na Stock Car? Ficar na Europa e tentar a Endurance ou outra competição qualquer? No inicio de dezembro, Bruno testou um Mercedes de DTM no Autódromo do Estoril, e ele gostou da experiência. Logo, a hipótese de o ver num destes carros na competição no próximo ano, sendo o segundo brasileiro a participar nela, depois de Augusto Farfus, na BMW, é uma hipótese bem plausível. Ainda por cima, a marca ainda não definiu todos os seus lugares (apenas o canadiano Robert Wickens, o espanhol Roberto Merhi e o britânico Gary Paffet foram confirmados) e procura um piloto conhecido para um dos seus lugares, já que a marca de Estugarda ainda não definiu quem pilotará todos os seus carros na temporada de 2013, e um deles, David Coulthard, anunciou o seu abandono no final desta temporada. As possibilidades de Bruno Senna não se limitam apenas à Fórmula 1. Ele testou um carro da DTM e este pode ser um caminho. Assim sendo, para Bruno, que em outubro de 2013 fará 30 anos, a prioridade poderá ser a Formula 1. Mas sem muito mais tempo para poder mostrar o que vale e com as vagas a escassearem, mesmo com uma carteira suficientemente grande para, em teoria, poder manter-se na categoria máxima do automobilismo, as hipóteses são escassas. Mas pensando no pior, espera-se sempre o melhor. Um abraço do outro lado do Atlântico, Paulo A. Teixeira |